Petrobras (PETR4) não vai baixar preços para ajudar setor aéreo, diz presidente

O presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, afirmou em entrevista ao Estadão/Broadcast que a companhia está disposta a colaborar com o debate sobre a situação do setor aéreo no Brasil, mas que não vai baixar o preço com um “canetaço”. Prates esteve presente no “Deep Dive”, evento realizado pela estatal em Nova York para investidores estrangeiros.

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Segundo o presidente da Petrobras, a principal dúvida que intriga o investidor estrangeiro hoje é o risco de interferência do Estado e do governo do presidente Lula na empresa.

“Teve muita pergunta sobre eventual influência política, o fato de conviver com o governo, como é que é, se a gente recebe ordem direta ou não. Eu respondi claramente, incisivamente, expressamente, que não existe isso e que, do outro lado, existe gente que argumenta, que sou eu e os diretores”, pontuou Prates.

“É natural que as pessoas pensem que essas estatais, não só a Petrobras, são espécies de “longa manus” (executor de ordens), tentáculos do Estado. Agora, também é preciso entender que, do outro lado, tem gestores e pessoas que têm que argumentar o contrário”, completa o gestor.

“Nada de baixar mais preço”, diz Prates sobre ajuda às companhias aéreas

Prates lembrou na entrevista que a Petrobras foi convidada a participar de um plano de ajuda do governo às empresas aéreas. Para o presidente da estatal, a Gol (GOLL4) “é uma das empresas mais tranquilas de trabalhar”, e a Latam “tem um contrato exclusivo com a Vibra (VBRR3), também tem a vida dela resolvida”.

“Quem reclama é a Azul (AZUL4), que não faz parte da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) e usa a Iata (Associação Internacional de Transportes Aéreos) como porta-voz”, diz.

Em relação à colaboração da Petrobras para as companhias aéreas, Prates afirmou ao Estadão que não haverá mudança no preço dos combustíveis. “Nada de baixar mais preço. Abaixar artificialmente o preço representaria a Petrobras subsidiar um setor. Para isso, eu teria de ter uma ordem direta cumprindo todos os trâmites e a devida compensação financeira segundo a lei das estatais“.

“Ir lá no canetaço e dizer vamos agora baixar 15% o QAV porque a Azul pediu, a gente não pode fazer. Até porque as empresas aéreas vão ter um lucro bastante expressivo em 2023 em relação ao ano anterior”, completou Prates ao Estadão.

Petrobras (PETR4) não dará ‘salto no escuro em energia renovável’, diz CEO

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse a investidores internacionais que a empresa não dará nenhum salto no escuro.

A declaração do presidente da Petrobras se referiu ao momento de transição da companhia, que pela primeira vez assumiu metas ousadas para a geração de energia renovável.

Segundo a apresentação feita a investidores reunidos em Nova York nesta quarta (31), no segundo dia do “Deep Dive” (mergulho profundo) da companhia na cidade norte-americana, a Petrobras anunciou que seus projetos de energia eólica e solar em terra podem chegar a 5 gigawatts (GW) em 2028.

“Somos uma empresa de petróleo em transição. Estamos transformando a Petrobras de forma gradual, investindo em novas energias, sem abrir mão, de uma hora para outra, da produção de petróleo. Independente dos segmentos nos quais atuaremos, é importante ressaltar que investiremos em ativos rentáveis e em áreas que possuem sinergias com as atividades que a companhia já desenvolve, aproveitando todo o conhecimento técnico que a Petrobras já tem. Não daremos nenhum salto no escuro”, disse na apresentação de terça (30).

A companhia investirá US$ 102 bilhões nos próximos cinco anos. É o maior plano de investimento de uma empresa brasileira.

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Petróleo da Petrobras

Na apresentação de terça-feira, o diretor de Exploração e Produção da companhia, Joelson Mendes, reiterou que a demanda mundial por petróleo deve continuar em alta nas próximas décadas, e que projeções da Agência Internacional de Energia (AIE) indicam que o Brasil pode ser responsável por uma parte significativa deste suprimento – cerca de por 5% do volume mundial de petróleo – no futuro.

“O segmento de E&P da Petrobras tem boas perspectivas nos próximos anos. A curva de produção total alcançará 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia em 2028. Com a transição energética, o mercado deve priorizar petróleos com menor pegada de carbono. A Petrobras possui um diferencial competitivo, pois seus petróleos estão entre os mais descarbonizados do mundo”, afirmou o diretor.

Ele informou que novas tecnologias, como o uso de materiais anticorrosivos, plantas industriais 3D e digital twins estão trazendo mais eficiência e permitirão ainda mais geração de valor para a Petrobras.

Ele destacou a importância dos investimentos em exploração, que somarão US$ 7,5 bilhões até 2028. Em novas fronteiras exploratórias, como a Margem Equatorial, a previsão é investir US$ 3,1 bilhões em exploração até 2028.

Presente no evento, o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da empresa, Carlos Travassos, informou que no horizonte do Plano Estratégico 2024-2028+, a companhia irá perfurar mais de 350 poços marítimos de desenvolvimento da produção, lançar mais de 8.000 quilômetros de dutos e colocar em operação 14 FPSOs, 10 dos quais já estão contratados.

O executivo também apresentou aos investidores iniciativas de pesquisa e desenvolvimento da Petrobras. Até 2028, a companhia investirá US$ 3,6 bilhões no segmento.

Já o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, disse aos investidores que a companhia está atenta aos novos padrões de consumo e enxerga uma oportunidade de negócio em produtos de baixo carbono, já tendo iniciativas nesse sentido no mercado, como a Gasolina Podium carbono neutro, os Asfaltos CAP Pro e o Diesel R5, com 5% de conteúdo renovável.

“A Petrobras está buscando um posicionamento forte tanto para o atendimento das demandas de energia fóssil quanto oferecendo produtos para o mercado de baixo carbono”, destacou Schlosser.

Desempenho das ações de Petrobras

Cotação PETR4

Gráfico gerado em: 01/02/2024
1 Dia

*Com informações de Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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