A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não apontou irregularidades no processo de votação dos membros do Conselho de Administração da Petrobras (PETR4) durante a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) feita no dia 12 de abril. É o que diz a estatal, que enviou comunicado à autarquia.
Segundo o documento, já enviado à CVM, a Petrobras ressalta que não foi identificada justa causa para o pedido de paralisação da AGE formulado por Conselheiro fiscal durante a reunião.
Além disso, a estatal lista que:
- Não houve restrições no modelo de votação quanto ao direcionamento de votos aos candidatos não indicados pelo controlador
- A CVM não detectou irregularidades no cômputo de votos dos acionistas que haviam votado na eleição em separado na Assembleia Geral Ordinária de 2020
- A CVM não identificou divergências nos Boletins de Voto à Distância (BVDs) entre as versões em português e inglês
O documento aponta ainda que houve equívoco em orientação de voto por parte de consultoria internacional contratada por investidores; e que há complexidades na cadeia de votação que podem gerar limitações para acionistas estrangeiros, diante das peculiaridades do sistema brasileiro.
Por fim, diz a Petrobras, a CVM formulou recomendações à estatal e à B3, com o intuito de aprimorar o processo de votação em Assembleias. A estatal não detalha, no entanto, quais foram as recomendações.
“A companhia dará prosseguimento às suas avaliações sobre a cadeia de votação e reitera seu compromisso com a transparência”, conclui a estatal.
Petrobras reafirma política de preços após fala de Bolsonaro
A petroleira reafirmou na noite deste sábado (29) a sua política de preços, também por meio de documento enviado à CVM. Segundo o comunicado, a estatal “monitora permanentemente o mercado e, a partir de uma percepção de realinhamento de patamar, seja de câmbio, seja de cotações internacionais de petróleo e derivados, realiza reajustes de preço”.
“Os estudos e monitoramentos elaborados pelas áreas técnicas de comercialização da Petrobras suportam a tomada de decisão e a proposição de reajustes de preço, sendo observado permanentemente o ambiente de negócios e o comportamento dos seus competidores, visando um posicionamento competitivo adequado”, acrescenta.
A reafirmação da política ocorre um dia após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar publicamente que a companhia estaria estudando a possibilidade da existência de uma política que permita “previsibilidade no aumento”.
A apoiadores, o mandatário disse que a medida não significa uma ingerência sobre a empresa, mas criticou a política atual de preços logo em seguida, quando também citou a troca de presidentes da petroleira.
“Eu troquei o comando da Petrobras. No começo foi um escândalo, interfere. É para interferir mesmo, eu não sou o presidente?”, disse Bolsonaro.
Com informações do Estadão Conteúdo