A mudança de ideia do governo em relação à Petrobras (PETR4), orientando que a estatal pague os dividendos extraordinários para os acionistas, ocorreu devido à percepção de que a Fazenda vai precisar de mais recursos para conseguir manter a esperança do déficit zero em 2024. A apuração é da colunista Ana Flor, do G1.
Segundo a publicação, a meta da equipe econômica foi gravemente comprometida nesta semana, com a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) de não prorrogar o trecho de uma medida provisória que reonerava a folha de pagamento de cerca de 3 mil municípios.
Ainda de acordo com a coluna, há poucos meses, o governo já tinha amargurado a perda em relação ao Perse – programa para o setor de eventos – e na desoneração de setores da economia. A equipe econômica do governo contava com essa reoneração dos municípios a partir de abril para reforçar o caixa federal em cerca de R$ 10 bilhões.
Assim, diz a coluna, com a decisão de Pacheco, as folhas desses municípios voltam a ser desoneradas, e a Fazenda precisa recompor as contas. Como o governo arrecada 37% sobre os valores dos dividendos pagos pela estatal, essa pode ser a saída para manter o equilíbrio das contas.
Nesta sexta-feira (5), o conselho de administração da Petrobras se reúne para discutir sobre a saúde financeira da companhia e a possibilidade de distribuir parte dos dividendos extraordinários represados. A decisão sobre os dividendos da Petrobras, no entanto, só deve sair no dia 25, em reunião da assembleia da empresa.
Petrobras (PETR4): após ataques, presidente está ‘no limite’, diz coluna
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, não tem feito questão de esconder o quanto se ressente por ter virado alvo preferencial de ataques do ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia. O executivo da estatal disse estar cansado e próximo de seu limite, segundo fontes informaram à coluna de Renata Agostini, do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, mesmo entre os que apoiam Prates e confiam que ele não entregará facilmente os pontos, há um reconhecimento de que o clima mudou. O presidente da Petrobras está desgastado e seus rivais não dão sinais de que pretendem retroceder, diz a coluna.
Na quinta-feira (4), os papéis da Petrobras operaram em forte oscilação na B3 (B3SA3). Eles chegaram a abrir em alta, passaram a cair com especulações sobre eventual demissão do presidente da estatal, mas depois voltaram a subir após notícias de que o governo chegou a um acordo para distribuir dividendos extraordinários retidos em março.
Por fim, as ações preferenciais da Petrobras terminaram o dia em queda de 1,41%, cotadas a R$ 37,88, enquanto as ações ordinárias de Petrobras caíram 0,46%, a R$ 39,12.
Em comunicado divulgado no fim da tarde de quinta-feira (4), a Petrobras informou que não há decisão quanto à distribuição de dividendos extraordinários da empresa, e que essa medida só deve ser tomada após assembleia com acionistas, prevista para acontecer no dia 25 deste mês.