O Comitê de Pessoas (Cope) da Petrobras (PETR4) rejeitou duas indicações do governo para presidir e compor o Conselho de Administração da companhia, segundo informações do Estadão/Broadcast.
O nome de Sergio Rezende havia sido indicado pelo governo para fazer parte do conselho, mas acabou sendo recusado. Também não foi aceita a indicação governamental para que Pietro Mendes assumisse como presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
O Estadão/Broadcast já havia antecipado que ambas as indicações contavam com ressalvas da governança interina da Petrobras para assumir esses cargos.
Apesar disso, segundo fonte próxima ao assunto, a decisão do Comitê tem um caráter meramente consultivo. Assim, o Conselho de Administração da Petrobras pode ou não aderir a essa decisão. Posteriormente, esse parecer ainda poderá ser discutido em assembleia de acionistas da companhia.
Cabe lembrar que nomes rejeitados pelo Comitê de Pessoas da Petrobras durante essa etapa de análise já foram empossados no governo anterior, quando Jair Bolsonaro ainda era presidente do Brasil.
Inicialmente, o governo atual havia feito oito indicações para o Conselho de Administração da Petrobras e para o Conselho Fiscal (CF) da companhia, sendo que boa parte deles ainda precisará ser analisada pelo Comitê de Pessoas, assim como os três indicados de forma “suplementar”.
As novas indicações foram enviadas pelo governo na última quarta-feira (15). Além dos oito indicados, os outros três nomes acrescentados na lista foram de Renato Campos Galuppo, Anelize Lenzi Ruas De Almeida e Evamar José dos Santos.
Por que as indicações do governo para a Petrobras foram rejeitadas pelo Comitê?
Para o nome de Pietro Mendes, indicado para a presidência do Conselho de Administração da Petrobras, uma das ressalvas para assumir o cargo seria a sua atuação atual como secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (MME).
Assim, o Comitê de Pessoas da Petrobras avalia um possível conflito de interesses na atuação de Mendes de forma simultânea no MME e no conselho de administração da empresa.
Já as ressalvas para a indicação de Sergio Rezende seria o seu possível histórico em liderança e atuação partidária pelo PSB, já que a Lei das Estatais prevê que nesse caso seja feita uma quarentena política antes de assumir cargos em estatais.
Quanto ao histórico desses nomes, Pietro Mendes é um servidor de carreira da Agência Nacional do Petróleo (ANP), enquanto Sergio Rezende é professor de física e ex-ministro de Ciência e Tecnologia.
Pelo fato da Petrobras ser categorizada como uma empresa de economia mista, elase encaixaria nas exigências colocadas na Lei das Estatais.