A Petrobras (PETR4) comunicou ao mercado nesta quarta-feira (27) que o seu Conselho de Administração se reuniu pela manhã e aprovou uma Diretriz de Formação de Preços no Mercado Interno (Diretriz).
De acordo com a estatal, a proposta da diretriz é aumentar a supervisão da política de preços da estatal pelo órgão, mas que mantém a decisão sobre os reajustes a
derivados de petróleo e gás natural com a diretoria executiva.
“A Diretriz incorpora uma camada adicional de supervisão da execução das políticas de preço pelo Conselho de Administração e Conselho Fiscal, a partir do reporte trimestral da Diretoria Executiva, formalizando prática já existente”, informou a companhia em nota.
Fontes ouvidas pela Agência Broadcast afirmaram mais cedo que o conselho da Petrobras passaria a ser responsável pelos reajustes, no lugar da diretoria, o que foi desmentido pela Petrobras.
“A Diretriz reitera a competência da Diretoria Executiva na execução das políticas de preços, preservando e priorizando o resultado econômico da companhia, buscando maximizar sua geração de valor”, explica a estatal.
O documento, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), reafirma ainda que a aprovação da Diretriz “não implica em mudança das atuais políticas de preço no mercado interno, alinhadas aos preços internacionais, e tampouco no Estatuto Social da companhia”, destaca.
Para mudar a governança dos reajustes, a Petrobras teria que levar a proposta de mudança do Estatuto Social a uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), conforme apuração feita pelo Broadcast. A Diretriz pode ser consultada na íntegra no site da Petrobras, informou a companhia.
“Os procedimentos relacionados à execução da política de preço, tais como, a periodicidade dos ajustes dos preços dos produtos, os percentuais e valores de tais ajustes, a conveniência e oportunidade em relação à decisão dos ajustes dos preços permanecem sob a competência da Diretoria Executiva”, observou.
Ainda de acordo com a diretriz, “a Diretoria Executiva deverá reportar trimestralmente ao Conselho de Administração e ao Conselho Fiscal a evolução dos preços praticados no mercado nacional para diesel, gasolina e GLP, bem como da participação da Petrobras nestes mercados”.
Na visão da equipe de Research da Ativa Investimentos, “a criação de uma etapa adicional que subordina a decisão da diretoria executiva ao escrutínio trimestral por parte do conselho seja um novo evento negativo do ponto de vista da governança corporativa da companhia, dado o tom político da decisão.”
Os analistas ressaltam que, apesar do ponto negativo, as ações da Petrobras responderam positivamente ao fato no pregão da quarta-feira, “uma vez que na parte da manhã, surgiram notícias que o desenvolvimento da política de preços poderia sair das mãos da diretoria e ficar com o conselho, o que, fatalmente, criaria um evento bem mais negativo frente ao que a companhia comunicou em fato relevante divulgado ontem a mercado”, afirmaram.
Petrobras (PETR4) nega suspensão de desinvestimento em Albacora
A Petrobras (PETR4) informou nesta quarta-feira (27) que não houve decisão de suspender o processo de desinvestimento em Albacora, na Bacia de Campos.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal afirmou que Albacora continua parte de sua carteira de ativos à venda, conforme divulgado no Plano Estratégico 2022-2026.
“Albacora possui projeto de revitalização com potencial para aumentar significativamente sua produção, além de extenso plano de desenvolvimento. A Petrobras realiza testes na formação do pré-sal de Forno, tendo descoberto reservatórios adicionais não produtores e identificado leads exploratórios”, ressalta o comunicado.
A equipe de Research da Ativa Investimentos acredita que, embora atrasadas frente à expectativa inicial de ambos os players – Petrobras e PetroRio (PRIO3) –, as empresas seguem concentrando discussões a respeito da quantidade de óleo explorável disposta pelo reservatório de Forno e questões envolvendo preço e formas de pagamento.
“Continuamos vendo a negociação como ganha-ganha, uma vez que abre espaço para Petrobras se concentrar no pré-sal e ao mesmo tempo aumenta consideravelmente a operação da PetroRio”, afirmam os analistas da Ativa. “Entendemos ainda que as negociações possam ter diminuído de ritmo em função da troca de comando na maior petrolífera do país.”
Em junho, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu aval para aquisição, pela PetroRio (PRIO3) por meio de sua subsidiária PetroRio Jaguar, da total participação detida pela Petrobras em um contrato de concessão do Campo Albacora Leste, que fica em águas profundas na Bacia de Campos. A aprovação, sem restrições, está publicada no Diário Oficial da União (DOU).
A participação da Petrobras no contrato corresponde a 90% do total. Os 10% restantes pertencem à Repsol Sinopec Brasil.
(Com informações do Estadão Conteúdo e Agência Brasil)