A Petrobras (PETR4) confirmou, na noite da última segunda-feira (20), a venda de sua participação remanescente de 10% na Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG) à Engie (EGIE3). A informação foi revelada por meio de um comunicado ao mercado.
O valor da transação, segundo a Petrobras, é de R$ 1,1 bilhão. No entanto, devido ao desconto de R$ 110 milhões já recebido no mês passado, “a título de dividendos e os demais ajustes previstos em contrato”, o negócio foi fechado por R$ 1 bilhão, quitado integralmente na última segunda-feira. O fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ) e a GDF International também fazem parte do grupo comprador.
A estatal salientou que o valor transacionado deve ser comparado com a alienação de 90% da TAG em junho do ano passado, período em que a dívida da transportadora aumentou de R$ 2 bilhões para R$ 23 bilhões — o que fez com que a Petrobras recebesse R$ 2 bilhões. Esse montante já estava incluso em contrato, conforme divulgado no balanço do terceiro trimestre de 2019.
Com o contrato, a Engie passou a deter 32,5% da TAG, ao passo que o CDPQ e a GDF e o Caisse têm 35% e 32,5%, respectivamente. Visto que cada acionista pagou o valor correspondente a parte recebida, a Engie desembolsou R$ 327,16 milhões.
“A presente transação representa mais um importante marco para a abertura do setor de gás natural no Brasil, e com ela a Petrobras atende, com 18 meses de antecedência, a um dos compromissos assumidos no âmbito do Termo de Cessação de Conduta celebrado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 8 de julho de 2019″, disse a petroleira no comunicado.
A venda do ativo está alinhada à “estratégia de otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor para seus acionistas”, salientou a estatal.
Engie havia manifestado interesse à Petrobras
A Engie já havia reiterado seu interesse na aquisição de uma fatia remanescente de 10% na empresa de gasodutos. A companhia tinha informado, em comunicado no fim de junho, que possuía capacidade financeira para realizar o negócio.
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A companhia informou que a capacidade financeira para adquirir, conjuntamente, a participação remanescente da Petrobras na TAG “pode ser facilmente constatada pela robustez das demonstrações contábeis frente ao valor estimado da transação para a EBE [Engie Brasil], que equivaleria a 29,25% do valor total da aquisição”.