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Petrobras (PETR4) confirma redução de gás natural boliviano; entenda o caso

Petrobras (PETR4) - Foto: Agência Petrobras/Geraldo Falcão

Petrobras (PETR4) - Foto: Agência Petrobras/Geraldo Falcão

A Petrobras (PETR4) confirmou nesta terça-feira (24) que a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) cortou em 30% o fornecimento de gás, o equivalente a cerca de seis milhões de metros cúbicos por dia.

Em nota, a Petrobras disse que recebeu, em média, cerca de 14 MM m³/dia da YPFB no mês de maio, volume 30% abaixo dos 20 MM m³ do aditivo celebrado junto à estatal boliviana em março de 2020.

No ano passado e também no primeiro trimestre de 2022, a companhia recebeu em média 20 MM m³/dia de gás natural, conforme o contrato com a YPFB.

Porém, no início de abril deste ano, a YPFB divulgou compromisso de venda de volumes adicionais de gás natural para a Argentina durante o inverno, de cerca de 4 MM m³/dia, a um preço mais elevado. Ainda no mesmo mês, a YPFB notificou a Petrobras que reduziria, a partir de maio, unilateralmente em 4 MM m³/dia as entregas de gás natural no âmbito do contrato assinado.

Segundo a Petrobras, a YPFB ainda não explicou o motivo do corte. A petroleira brasileira informou que estão sendo “tomadas todas as medidas cabíveis” para que a YPFB cumpra o contrato que mantém com a empresa.

A Petrobras ressaltou que os contratos de venda de gás natural celebrados pela companhia com os seus clientes possuem preço previamente estabelecido, e a atualização é baseada em fórmulas paramétricas atreladas a indicadores de mercado e acordadas entre as partes, que não são afetadas por situações pontuais de falhas com fornecedores.

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Guedes sobre a Petrobras (PETR4): “Conselho e diretoria definem política de preços”

“O presidente Jair Bolsonaro escolhe o ministro Adolfo Sachsida (das Minas e Energia), que escolhe o presidente da Petrobras (PETR4)“, resumiu o ministro da Economia, Paulo Guedes, em conversa com jornalistas, nesta terça-feira (24).

Ele evitou falar sobre a nova mudança de comando da Petrobras nos corredores do Fórum Econômico Mundial, em Davos. Mas comentou, tentando indicar que o governo não quer interferir na estatal: “Quem define política de preço da Petrobras são Conselho (de Administração) e diretoria.”

O Conselho da petroleira precisa ratificar o nome do escolhido pelo governo para ocupar a presidência no lugar de José Mauro Ferreira Coelho, demitido nesta segunda (23), completou Guedes.

Mais cedo, o blog da jornalista Ana Flor, no G1, disse que Bolsonaro pretende congelar os preços dos combustíveis até a eleição presidencial. A sinalização de interferência do governo na Petrobras manteve as ações da estatal em forte queda nesta terça: PETR3 caiu 2,85% (a R$ 34,40) e PETR4 cedeu 2,92% (R$ 31,60). Chegaram a cair até 5% no intradia.

Analistas políticos e jornalistas também falaram sobre reajustes de preços da gasolina e do diesel com espaços maiores entre eles — a cada 90 ou 100 dias, por exemplo, como apurou a colunista Andréia Sadi, também do G1 e da Globonews, para diminuir o impacto dos aumentos dos aumentos até as eleições presidenciais.

Petrobras informou no final da noite desta segunda-feira que, se a demissão de José Mauro Coelho da presidência da companhia for aprovada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), ocorrerá a destituição de todos os membros do Conselho eleitos como ele, por meio do voto múltiplo. A estatal terá, assim, de realizar uma nova eleição para esses cargos.

Em fato relevante, a Petrobras informou que o Ministério de Minas e Energia enviou ofício à empresa solicitando a convocação de uma AGE para destituir Coelho e eleger Caio Paes de Andrade como membro do Conselho de Administração da companhia. Segundo a Petrobras, o ministério solicitou que a avaliação do nome de Andrade pelo Conselho ocorra após a realização da AGE.

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