A Petrobras (PETR4) confirmou nesta segunda (29), em comunicado, a previsão de pretende pagar entre US$ 60 bilhões e US$ 70 bilhões em dividendos entre 2022 e 2026. A previsão havia sido feita pelo diretor Financeiro da estatal, Rodrigo Araújo, durante apresentação do Novo Plano de Negócios a Investidores, na semana passada.
Desse total, de R$ 20 bilhões a R$ 25 bilhões de dividendos da Petrobras serão destinados à União, principal acionista da empresa.
Em comunicado ao mercado, a Petrobras diz entender que as expectativas divulgadas sobre o montante dos dividendos a serem distribuídos não representam um Fato Relevante. Trata-se de um dos cenários concebidos pela administração a partir da aplicação da Nova Política, das informações contidas no Plano Estratégico (PE) 2022-2026 e de outros elementos que impactarão os resultados da companhia nos próximos anos.
Petrobras: entenda as novas regras da política de dividendos
O conselho de administração da Petrobras aprovou a revisão da política de remuneração de dividendos. A estatal petrolífera estabeleceu uma remuneração mínima anual de US$ 4 bilhões para exercícios em que o preço médio do petróleo Brent seja superior a US$ 40, independente do seu nível de endividamento.
Ainda conforme o fato relevante, a remuneração mínima dos dividendos da Petrobras será equivalente para as ações ordinárias e as ações preferenciais. Em caso de dívida bruta igual ou inferior US$ 65 bilhões e de resultado positivo acumulado, a estatal deverá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos.
No documento, a estatal explica que a nova política de remuneração dos acionistas da Petrobras ocorre em razão da antecipação do alcance da meta de endividamento bruto abaixo de U$ 60 bilhões no terceiro trimestre deste ano. A meta estava prevista para 2022.
A Petrobras estabeleceu o nível de endividamento bruto ótimo de US$ 60 bilhões, incluindo os compromissos relacionados a arrendamentos mercantis. Mas considerará US$ 65 bilhões como critério de remuneração como “parâmetro que comporte flexibilidade” em torno da meta.
A distribuição de remuneração aos acionistas deverá ser feita trimestralmente.
“Independentemente do seu nível de endividamento, a companhia poderá, em casos excepcionais, realizar o pagamento de dividendos extraordinários, superando o dividendo mínimo obrigatório”.
De acordo com a Petrobras, a revisão da política de dividendos não deve comprometer a sustentabilidade financeiro de curto, médio e longo prazo.
Para Itaú BBA, pagamento de dividendos da Petrobras pode ser ainda maior
O Itaú BBA reiterou sua visão positiva para a Petrobras (PETR4), após a estatal divulgar seu plano estratégico para o período de 2022-2026 e aprimorar sua política de dividendos.
Na avaliação do Itaú BBA, a mudança na política de dividendos da Petrobras traz mais visibilidade sobre a estratégia de alocação de capital da empresa
Em relatório assinado por Leonardo Marcondes e Renan Moura, o banco de investimentos destaca que o principal destaque do plano estratégico é o pagamento de dividendos.
“De acordo com o novo plano de negócios, a empresa provavelmente distribuirá US $ 60-70 bilhões em dividendos; que implica um retorno de cerca de cinco anos, dado que a capitalização de mercado atual da empresa é de aproximadamente US $ 69 bilhões”, explica o relatório.
No entanto, o Itaú BBA aponta que o pagamento de dividendos pode ser ainda maior, levando em consideração a curva dos futuros do petróleo e o real mais desvalorizado.
“A Petrobras assumiu um Brent de longo prazo ao preço de US $ 55 / barril e apreciação cambial para R$ 5,1 / US$ até 2026 – destacamos que a curva atual do Brent aponta para um preço médio de US $ 66 / barril em 2026, enquanto a equipe de macroeconomia do Itaú BBA prevê um câmbio de BRL 5,5 / USD em 2025 – sugerindo que poderia haver um lado positivo para o pagamento de dividendos da empresa nos próximos anos”, explicam os analistas.
Com informações do Estadão Conteúdo