A Petrobras (PETR4) assinou com a BP Energy Brasil acordos para assumir a integralidade das participações da companhia em seis blocos de exploração localizados em águas ultraprofundas na região Norte do país, a cerca de 120 quilômetros do estado do Amapá.
Os seis blocos foram adquiridos pelo consórcio, do qual a Petrobras faz parte, na 11ª rodada de licitação de blocos da Agência nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) – em cinco deles a estatal possuía 30% dos ativos, a BP, 30% e a Total 40%. Em apenas um, o FZA-M-59, a BP possuía 70% e a Petrobras, 30%.
Agora, a Petrobras deve se tornar a única “dona” dos campos, uma vez que a participação da Total já foi adquirida em setembro de 2020, apesar de ser ainda necessária a aprovação da ANP à aquisição.
“A transação está em linha como Plano Estratégico 2021-2025, que prevê novas frentes exploratórias fora das bacias do Sudeste, e faz parte do processo de gestão de portfólio da companhia, priorizando investimentos em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas”, afirma a Petrobras no comunicado ao mercado, divulgado na manhã desta terça-feira (6).
Aquisição da Petrobras está no centro de discussão sobre exploração da Foz do Amazonas
A BP e a Total saem dos ativos em parte por conta, segundo comentários, das dificuldades com o licenciamento ambiental. Ainda há discussões em andamento com o Ibama sobre os requisitos para a exploração dos campos – a região onde eles ficam é considerada por ambientalistas uma das mais ricas em biodiversidade do planeta.
Em 2018, o Greenpeace anunciou a descoberta de um recife de corais em uma parte da Bacia da Foz do Amazonas em que os ativos se encontram. O tamanho do ecossistema é consideravelmente grande e ele ainda é considerado raro, uma vez que corais em ambiente de água doce são pouco comuns no mundo.
A Total enfrentou uma série de protestos na França por conta da possível exploração da região. Agora, a Petrobras encarará a polêmica ambiental sozinha.