Petrobras (PETR4): BTG vê expectativa crescente por reajuste
Em novo relatório sobre a Petrobras (PETR4), o BTG Pactual afirma que a companhia enfrenta uma crescente pressão para reajustar os preços de combustíveis no mercado doméstico, em meio à recente valorização do petróleo e à desvalorização do real.
A casa analisou a política de preços da estatal e os impactos das condições de mercado sobre a estratégia comercial da empresa, destacando que há razões econômicas para justificar aumentos nos preços de diesel e gasolina.
Segundo cálculos recentes do BTG, os preços domésticos de diesel e gasolina estão atualmente 9,8% abaixo da paridade de importação (IPP). Este é um aumento significativo em relação aos descontos de 2% para gasolina e 3,9% para diesel registrados há apenas quatro semanas.
Para alinhar os preços com a IPP, dizem os analistas, seria necessário um reajuste de aproximadamente R$ 0,38 por litro no diesel e R$ 0,33 por litro na gasolina.
Contudo, a casa destaca que embora o cenário atual justifique um aumento nos preços, a política de preços da Petrobras oferece à gestão flexibilidade para evitar reações imediatas a oscilações do mercado.
Vale lembrar que, desde 2023, a estatal tem buscado um equilíbrio entre o custo de oportunidade (EPP) e o custo alternativo dos consumidores (IPP), com foco em amortecer a volatilidade dos preços para os consumidores.
No ano passado, diz o BTG, essa abordagem foi evidente, com a PETR4 aplicando prêmios sobre a IPP em momentos de queda nos preços globais de petróleo e derivados, garantindo a lucratividade ao longo do ano.
O relatório do BTG também alerta para o risco de desabastecimento, especialmente de diesel. A casa relembra que em 2023, a Petrobras chegou a aplicar descontos superiores a 15% no diesel, nível que desestimula importadores privados a assumir os riscos de trazer o produto do exterior. Caso os descontos atuais se ampliem, dizem os analistas, a probabilidade de ajustes de preços cresce ainda mais.
Por fim, os analistas destacam que uma eventual reação negativa às ações da Petrobras devido à ausência de ajustes imediatos no preço dos combustíveis deve ser vista como uma oportunidade de compra.
Segundo o BTG Pactual, apesar de uma estratégia de refino subótima que pode deixar ganhos potenciais na mesa, a exposição da Petrobras ao petróleo e ao dólar, com upstream superando downstream, oferece robustez à sua geração de caixa.