A Petrobras (PETR4) informou que “não são verídicas as informações que a companhia está discutindo parceria com o fundo Mubadala, o fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, para trocar as ações da refinaria de Mataripe, na Bahia, por ações da Braskem (BRKM5)”. A estatal ainda nega conduzir estruturação de operação de venda no mercado privado e afirma que não participa de negociações citadas pela imprensa local.
Segundo a Petrobras, “todas as ações relacionadas à sua participação na Braskem exigem análise cuidadosa sob a perspectiva de gestão de portfólio e devem ser conduzidas com observância das práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis”.
O Mubadala anunciou no mês passado o investimento de R$ 12 bilhões, nos próximos dez anos, na refinaria de Mataripe.
A expectativa é de produzir anualmente 1 bilhão de litros de “diesel verde” ou HVO (Hydrotreated Vegetable Oil), o que vai reduzir em até 80% as emissões de CO2 com a substituição do combustível fóssil.
A nova planta vai utilizar a infraestrutura da Refinaria de Mataripe, como água, energia, vapor e o Terminal Madre de Deus (Temadre), adquirido com a unidade.
Será construída uma unidade de geração de hidrogênio sustentável, para o hidrotratamento dos combustíveis. A previsão é de iniciar as obras já em janeiro de 2024.
Petrobras: quem são os ‘donos’ da Braskem?
Atualmente, conforme as informações de Relação com Investidores (RI), a Novonor – o acionista controlador – detém uma fatia de 50,1% do capital social total e 38,3% do capital votante.
A Petrobras, por sua vez, detém 47% do capital total e 36,1% do capital votante.
Os demais acionistas somam uma participação de 2,9% do capital social total e 25,6% do capital votante da companhia.
O percentual de ações da Braskem que estão em livre circulação no mercado (free float), assim, é de 34,95%, conforme dados atualizados do Status Invest.
Estatal árabe faz proposta alta pela Braskem, diz jornal
As ações da Braskem (BRKM5) vêm tendo dias de alta na Bolsa com as notícias sobre uma possível compra da companhia petroquímica. Após negar a movimentação, a empresa voltou atrás e confirmou nesta segunda (8) que recebeu essa proposta, mas não detalhou o caso. Segundo o jornal Valor Econômico, esse movimento partiu da gestora americana Apollo e da estatal Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc).
Fontes do Valor próximas às conversas confirmaram essa movimentação. De acordo com a apuração do veículo, a gestora norte-americana e a estatal dos Emirados Árabes se uniram nesta proposta, na qual pagariam R$ 47 por ação.
Porém, essa negociação só sairia do papel caso os credores da Novonor, que possuem as ações da Braskem em garantia a dívidas de quase R$ 15 bilhões, topassem negociar.
Com essa movimentação, a Adnoc pretende usar a plataforma da Braskem para seus negócios petroquímicos nas Américas.
Nesta segunda as ações da Braskem subiram 6,48% – chegaram a disparar 22% -, cotadas a R$ 25,30.
Braskem: Entenda o que aconteceu
Esse movimento de alta das ações da Braskem começou na última sexta (5), quando veículos como os jornais O Globo, Valor Econômico e Folha de S. Paulo informaram que a Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) estaria interessada em comprar 100% da petroquímica.
Cotações da Braskem e da Petrobras
Nesta terça, os papéis da Braskem sobem 0,79%, cotados a R$ 25,50. Os da Petrobras (PETR4, PETR3) avançam 0,29%, R$ 24,58, e 0,66%, a R$ 27,41.
Cotação PETR4
Com Estadão Conteúdo