Petrobras (PETR4): ‘Tenho uma ideia de fatiar a empresa’, afirma Bolsonaro
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou em entrevista ao apresentador Ratinho, na Massa FM, que tem a ideia de “fatiar a Petrobras (PETR4)“. “A privatização da Petrobras leva no mínimo quatro anos. Tenho uma ideia de fatiar a Petrobras. Realmente não está dando certo atualmente”, declarou.
Preocupado com o impacto do preço dos combustíveis na popularidade do governo em ano eleitoral, Bolsonaro voltou a chamar a companhia de “Petrobras Futebol Clube”, por um suposto interesse apenas no lucro em detrimento do aumento do custo de vida para a população.
“Apesar de estar na Constituição seu caráter social, ela não aplica. Tem um lucro fenomenal, não se compara porcentualmente com outras petrolíferas no mundo todo”, disse o presidente na entrevista.
O chefe do Executivo ainda voltou a afirmar que a empresa pode “quebrar o Brasil” se continuar subindo o preço dos combustíveis”.
“Combustível é a correia da inflação. Somos obrigados a comprar gasolina e diesel fora do Brasil, o que ajuda a encarecer o preço”, observou Bolsonaro.
Bolsonaro: Petrobras não pode continuar usando paridade de preços internacionais
Bolsonaro afirmou que a Petrobras não pode continuar usando a paridade de preços internacionais, que atrela o reajuste dos preços dos combustíveis à variação do barril de petróleo no exterior.
“Vivemos um momento excepcional, ninguém quer interferir, nem vai interferir nos preços dos combustíveis. Mas a Petrobras não pode continuar usando a paridade de preços internacionais, sendo que nós somos autossuficientes, não somos em refino, sempre repassando isso para o povo”, disse o presidente em entrevista à Rádio Massa FM.
Lira nega que projeto defendido por ele mude política de preços da Petrobras
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), negou que o Projeto de Lei 3677, de autoria do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), faça mudanças na política de preços da Petrobras. De acordo com ele, o texto apenas torna mais transparente a fórmula de cálculo e valor dos combustíveis cobrados pela estatal.
Matéria publicada nesta segunda-feira, 30, pelo Broadcast Político mostra, no entanto, que o projeto pode alterar a política atual. A proposta prevê que os preços de venda de derivados de petróleo praticados pela Petrobras para as distribuidoras no País deverão levar em conta os custos de produção e refino em moeda nacional acrescidos de markup, que é diferença entre o preço de venda e o preço de custo. O markup, segundo o texto, não pode ultrapassar o porcentual máximo definido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
“(O projeto) não interfere na política de preços. Dá transparência na forma como se calcula a política de preços na Petrobras porque hoje é uma coisa fechada, que nenhum brasileiro tem acesso, os órgãos de controle (não têm acesso). Outros podem ser apensados, que tratam de equalização do que se produz no Brasil com o que se importa, mas aí interfere na política de preços”, disse Lira, que frisou ainda que a prioridade da Câmara neste momento é encontrar uma forma de usar os dividendos distribuídos pela Petrobras a acionistas para subsidiar o preço dos combustíveis.
O Broadcast Político mostrou também que a proposta estabelece limites para a exportação do produto. “Tendo em vista a garantia do abastecimento interno, e o papel econômico da Petrobras, só será permitida a exportação do petróleo excedente em relação ao volume necessário para garantir o atendimento da demanda interna do país”, diz trecho do texto.
“O povo tem o direito de saber que produzimos o barril de petróleo 60% mais barato que o preço internacional”, afirmou Lopes, autor do projeto. “Vai demonstrar que a PPI é um roubo”, emendou, em referência à atual política de preços de combustíveis da Petrobras, que leva em conta a variação do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional.
O Congresso tem feito uma espécie de “levante” contra aumentos de preços e tem o apoio do governo, num momento em que o efeito da alta da inflação nas chances de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) preocupa o comitê de campanha do presidente. Na semana passada, a Câmara aprovou um projeto que estabelece teto de 17% para o ICMS sobre energia elétrica, combustíveis, gás natural, querosene de aviação, transporte coletivo e telecomunicações
Lira e Guedes teriam “plano” para vender a Petrobras, diz colunista
Lira e o ministro da Economia, Paulo Guedes, teriam um plano para aprovar um projeto que dê aval ao BNDES e BNDESPar para vender ações da Petrobras e acabar com com o controle da companhia antes das eleições presidenciais, informa o colunista Thomas Traumann, da Veja. O projeto é elaborado pelo governo para ser apreciado pelo Congresso antes de outubro.
O presidente da Câmara tem pressionado o governo pelo envio de um projeto de lei ao Congresso para vender parte das ações da Petrobras, de modo que a União deixe de ser a acionista majoritária da empresa. Em entrevista à Record News, gravada e exibida nesta segunda-feira, 30, o deputado ponderou que não vê tempo para uma privatização completa da empresa neste momento.
“Temos como fazer isso agora privatizar a Petrobras? Penso que não. Pela polarização, pela necessidade de um quórum específico de mais de 308 votos, nós não teremos condições agora”, declarou o presidente da Câmara. “Mas nós, agora, teremos condições, se o governo mandar, de vender parte das ações da Petrobras, isso subsidiado por um projeto de lei de maioria simples, no Congresso Nacional, e o governo deixa de ser majoritário”, emendou.
Para Lira, a Petrobras precisa deixar de ser uma empresa estatal e “ir viver de acordo com suas necessidades”. O deputado fez uma série de críticas à petroleira, principalmente relacionadas à distribuição de dividendos aos acionistas. Na semana passada, ele já havia sugerido que o governo vendesse ações da empresa que estão sob controle do BNDES.
“A favor da privatização, eu sou, porque há muito tempo a Petrobras, para mim, perdeu o seu cunho social, estrutural, de investimentos no Brasil, de ser o polo puxador e de tração para obras estruturantes”, disse o presidente da Câmara. “Nós não temos nada no visor da Petrobras a curtíssimo prazo, a não ser distribuição de dividendos”, acrescentou Lira.
O parlamentar disse, ainda, que a Petrobras “se esconde” atrás do fato de o governo federal ser o acionista majoritário para que, na visão dele, o “desgaste” do aumento de preço dos combustíveis recaia apenas sobre o Palácio do Planalto.
“Então, eu defendo, sim, a privatização da Petrobras, e não é de hoje, pela falta de função social dela. É do povo brasileiro para quê? Para ir no bolso do contribuinte? Para ter lucros exorbitantes? Para distribuir dividendos?”, declarou Lira. Ele também disse que petrolíferas no mundo todo estão abrindo mão dos lucros devido à crise.
Petrobras “abusa” com lucros excessivos, diz Bolsonaro
Bolsonaro (PL) tinha criticado, nesta segunda-feira (30), os “lucros excessivos” da Petrobras (PETR4). Acusou a estatal de não ter” responsabilidade com o momento do Brasil” e cobrou o aumento no intervalo dos reajustes de preços dos combustíveis.
“A Petrobras tem seus problemas, mas não tenho como mandar lá. Temos que respeitar o livre mercado, mas a Petrobras abusa. A Petrobras não precisa desse lucro excessivo e, no momento, não tem qualquer responsabilidade, quer mais é arrancar dinheiro do povo”, reclamou durante entrevista ao programa Alerta Nacional, da RedeTV!.
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Bolsonaro voltou a defender a privatização da Petrobras e criticou o que chamou de monopólio da estatal no Brasil. “O que não pode é Petrobras ser uma semiestatal com monopólio no Brasil. Eles decidem vou aumentar hoje à noite o diesel. Eles aumentam, não tão nem aí. A Petrobras não passa por mim. Ela é praticamente autônoma”, afirmou durante entrevista na RedeTV!, gravada no último sábado, 28, em Manaus, e exibida nesta segunda-feira, 31.
“Quanto mais caro está o combustível, mais eles ganham, mais eles pagam para os acionistas, mais mandam para fora do Brasil. Parece que é coisa orquestrada. A Petrobras não precisa desse lucro excessivo”, também criticou o presidente, ao voltar a falar em preços abusivos fixados pela estatal. Bolsonaro ainda admitiu que a privatização será um “negócio complicado” e previu que o processo de venda da petroleira vai durar quatro anos.
Com receio de como o aumento dos combustíveis tem impactado na sua popularidade, o presidente tem feito mudanças no comando da Petrobras para segurar os reajustes e dar mais “previsibilidade” de preços em tempos de guerra da Ucrânia com a Rússia. Para isso, Bolsonaro quer reduzir a frequência dos aumentos, num momento em que o impacto da inflação em suas perspectivas de reeleição preocupa o comitê de campanha do presidente.
Os governadores também foram alvo de críticas do presidente, que falou em “ganância” ao cobrar novamente a redução na cobrança do ICMS dos combustíveis. “Alguns governadores mais que dobraram a cobrança de ICMS sobre o litro de gasolina. Por que eles não zeram o imposto do gás de cozinha? O imposto federal do diesel eu zerei, era na casa de R$ 0,32 por litro”, afirmou.
Bolsonaro fez outras críticas à Petrobras (PETR4) nesta segunda
Mais cedo, as falas do presidente afetaram as ações da Petrobras no intradia no Ibovespa. O presidente afirmou que a companhia poderia “quebrar o Brasil”, caso ocorressem mais aumentos no preço do diesel.
Ele fez a declaração durante entrevista coletiva que tratava de possíveis ações do governo para auxiliar as famílias afetadas pelas enchentes em Pernambuco. Bolsonaro aproveitou para criticar os questionamentos dos governadores estaduais sobre o projeto aprovado na Câmara que propõe a redução do ICMS.
Segundo o presidente “é um crime se cobrar um real de ICMS por litro de óleo diesel“. Ele ainda acrescentou que “como alertei no mês passado, a Petrobras pode quebrar o Brasil com isso”. Apesar do intuito da entrevista não ser sobre assuntos da Petrobras e o preço dos combustíveis, o mandatário acabou tratando de outros temas além do problema das enchentes.
Com informações do Estadão Conteúdo