O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), considera o reajuste do preço do gás em 39%, feito pela Petrobras (PETR4), como “inadmissível”. O mandatário falou hoje (7) durante a cerimônia de posse do general João Francisco Ferreira, que ocupará o cargo de Joaquim Silva e Luna como diretor-geral da Itaipu Binacional.
No evento, Bolsonaro ainda argumentou a favor da previsibilidade sobre os reajustes feitos pela Petrobras, e disse que “Não vou interferir, a imprensa vai dizer o contrário. Mas podemos mudar esta política de preços lá”, citando o general Silva e Luna, que deve comandar a companhia.
Em seu discurso, o mandatário apontou que Silva e Luna compreende que a estatal petroleira é uma empresa que precisa ter previsibilidade e transparência.
“É inadmissível se anunciar agora, o velho presidente ainda, um reajuste de 39% no gás. É inadmissível. Que contratos são esses? Que acordos foram esses? Foram feitos pensando no Brasil? Em um período de três meses?”, questionou o político.
Solicitando a ajuda do Congresso, o presidente apontou que a previsibilidade é para os consumidores. “Não pode toda vez que, porventura, sobe o preço do combustível mais alguns centavos, estes centavos serem multiplicados na ponta da linha pela voracidade na arrecadação de imposto. Não pode toda vez que diminui o preço do combustível, na bomba, no final, ele não diminuir”.
“Estou pedindo algo de anormal, querendo interferir em uma estatal? Ou querendo transparência?”, indagou ele.
Petrobras anuncia aumento de 39% no preço do gás natural
O preço metro cúbico do gás natural vendido pela Petrobras a distribuidoras ficará 39% mais caro a partir do primeiro dia de maio. Quando a medição é feita pela relação dólar e MMBtu, o aumento será de 32%.
“A variação decorre da aplicação das fórmulas dos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio“, explica a companhia no documento, publicado na última segunda-feira (5).
A estatal afirma ainda que as atualizações dos preços são trimestrais e que para os meses de maio, junho e julho, a referência são os preços das variáveis nos meses de janeiro, fevereiro e março.
“Durante esse período, o petróleo teve uma alta de 38%, seguindo a tendência de alta das commodities globais. Além disso, os preços domésticos das commodities tiveram alta devido à desvalorização do real”, justifica a Petrobras.