Nesta quarta-feira (29), o Conselho de Administração da Petrobras (PETR4) se reúne pela primeira vez em 2025, e a principal pauta deve ser o possível reajuste no preço do diesel. Em relatório, o Bank of America vê com bons olhos a possibilidade, e reitera recomendação de compra para a estatal.
A casa explica que, desde outubro de 2023, o petróleo Brent acumula uma alta de 17%, enquanto o diesel e a gasolina registram avanços de 21% e 13%, respectivamente, em termos de reais.
Como resultado, a defasagem dos preços praticados pela Petrobras em relação à Paridade de Importação (IPP) vinha se ampliando, atingindo recentemente descontos de 11,2% para o diesel e 4,5% para a gasolina.
Contudo, a recente valorização do real, que saiu do patamar de R$6,20 para menos de R$5,90, aliada à queda do preço do petróleo após discursos políticos nos EUA e um cessar-fogo no Oriente Médio, ajudou a reduzir essa defasagem.
Mesmo assim, os analistas do BofA avaliam que um possível reajuste de preços dos combustíveis vai além da necessidade de recomposição da margem da Petrobras, funcionando também como um sinal positivo para a governança corporativa da companhia.
A casa estima que cada ponto percentual de desconto em relação à IPP impacta negativamente o fluxo de caixa livre da Petrobras em US$ 250 milhões, reduzindo também os dividendos em aproximadamente US$ 120 milhões.
Vale lembrar que, desde maio de 2023, a PETR4 adota uma nova política de preços, que se distancia da paridade de importação tradicional.
A empresa passou a considerar dois principais fatores: o custo alternativo do cliente, que avalia opções de abastecimento e produtos substitutos; e o valor marginal para a estatal, levando em conta custos de produção, importação e exportação.
Essa estratégia tem permitido à estatal evitar reajustes frequentes, mas também resultou em períodos prolongados de grandes descontos em relação aos preços internacionais, como ocorreu em fevereiro e julho de 2024, quando o diesel chegou a ser comercializado com descontos entre 15% e 17%.
Diante do cenário atual, o Bank of America manteve sua recomendação de compra para as ações da Petrobras, destacando que a empresa tem conseguido dissipar preocupações sobre governança, política de preços e distribuição de dividendos. A casa também ressalta a forte geração de caixa da estatal e suas perspectivas de retornos atrativos no curto prazo.
Por volta das 14h40 desta quarta-feira (29), a Petrobras operava em queda de 0,65% no Ibovespa, com as ações PETR4 cotadas a R$ 36,89.