A Petrobras (PETR4) anunciou um lucro líquido de R$ 23,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24). Para o BB Investimentos, o resultado do 1T24 veio aquém do esperado, mas os fundamentos da companhia permanecem sólidos.
“Em nosso entendimento, ainda que aquém do esperado, os itens que prejudicaram o resultado da Petrobras são pontuais e refletem condições de mercado, ou seja, não sinalizam mudança de rumo; logo, não mudam nosso entendimento sobre a companhia, que segue robusta operacionalmente”, afirma o BB-BI.
Segundo os analistas da casa, a Petrobras continua com condições estruturais de baixo lifting cost (efeito diluição de custos fixos no pré-sal) e com perspectivas de seguir entregando boa geração de caixa operacional e dividendos.
O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 60 bilhões, queda de 17% na base anual, ficando 13% abaixo do consenso de mercado, com fluxo de caixa operacional em R$ 46,5 bilhões.
Quanto aos dividendos da Petrobras, o BB-BI considera uma distribuição de 36,9% do lucro líquido esperado de 2024, estimado em R$ 114,9 bilhões, ponderando a fórmula atual de distribuição de 45% do fluxo de caixa livre (FCL).
“Isso deve resultar em uma distribuição de R$ 3,09 por ação para 2024 (yield de 7,4%) e R$ 3,97 por ação para 2025 (yield de 6,7%). Essa é uma projeção conservadora, que tem elevadas chances de ser aumentada pela distribuição de dividendos extraordinários”, destaca o BB-BI.
Para os analistas, uma eventual não distribuição dos dividendos extraordinários pode ocorrer caso a Petrobras inclua investimentos não previstos no curto prazo, mas que estão no radar da companhia, como uso de seu direito de preferência para aquisição de fatia na Braskem (BRKM5) ou oportunidades ligadas a biorefino e/ou acordo com a Acelen para retorno à refinaria de Mataripe (antiga RLAM).
“Também esperamos que a companhia aumente seus investimentos em exploração, dada a necessidade de novas reservas, o que tem sido aventado com as recentes discussões sobre retorno às operações na África”, dizem os analistas da casa.
Neste contexto, o BBA mantém recomendação de compra para as ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 47,00 para 2024.
Petrobras tem lucro 37,9% menor no 1T24
A Petrobras anunciou um lucro líquido de R$ 23,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24). O lucro da Petrobras no 1T24 foi 37,9% menor que o registrado no mesmo período de 2023. Sobre o trimestre imediatamente anterior (1T23), a queda no resultado é de 23,7%.
Uma dos principais fatores que levaram a esse resultado, segundo o balanço da Petrobras, foi a queda nos volumes de vendas. Além disso, o lucro mais baixo também está associado a queda na cotação do petróleo, assim como da margem do diesel.
Na forma ajustada, o Ebitda da Petrobras foi de R$ 60,044 bilhões no primeiro trimestre deste ano, montante que representa o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização. Quando comparado ao mesmo período de 2023, o valor atual mostra uma baixa de 17,2%.
O faturamento líquido da petroleira foi 15,4% menor na comparação anual, totalizando R$ 117,721 bilhões no 1T24. Em relação ao quarto trimestre de 2023, as receitas tiveram queda de 12,3%.
Conforme o novo balanço de resultados da Petrobras, esse recuo é atribuído sobretudo ao faturamento mais baixo relacionado às vendas de diesel no mercado interno e nas receitas com exportação.
“A redução da receita com derivados no mercado interno deveu-se principalmente a menores preços, à sazonalidade do consumo, ao aumento do teor de biodiesel na mistura do diesel e à perda de competitividade da gasolina para o etanol hidratado”, diz o relatório.
Já a queda no faturamento associada à venda do petróleo no mercado interno veio principalmente dos volumes de vendas mais baixos para a Acelen, diante dos menores preços realizados.
Outros resultados da Petrobras
Sobre o resultado financeiro, a companhia registrou um prejuízo de R$ 9,6 bilhões, revertendo o lucro de R$ 1,4 bilhão registrado no trimestre imediatamente anterior (4T23).
“Esse resultado financeiro foi impactado principalmente pela perda com variação cambial do real frente ao dólar, que se desvalorizou 3,2% no 1T24”, diz a Petrobras, que também destaca a “ausência de receita com atualização monetária referente ao acordo judicial com a Eletrobras ocorrida no 4T23”.
No encerramento de março de 2024, a dívida bruta da Petrobras era de US$ 61,8 bilhões, 1,2% menor que em dezembro de 2023. Já a relação dívida bruta/Ebtida ajustado agora é de 1,22x, levemente acima do 1,19x registrado no final do ano passado. Por fim, a dívida líquida recuou 2,4% na comparação trimestral, alcançando US$ 43,6 bilhões.
Desempenho anual das ações da Petrobras
Cotação PETR4