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Petrobras (PETR4): banco prevê um 2T23 forte e faz (boas) projeções sobre dividendos da empresa

Petrobras (PETR4)

Petrobras (PETR4). Foto: iStock

As ações da Petrobras (PETR4) registraram forte queda nesta quinta-feira (27), com o mercado ansioso para divulgação da nova política de dividendos. Segundo o Itaú BBA, a tendência é de que o pagamento de dividendos fique em linha com as grandes petrolíferas. Além disso, analistas do banco projetam que a estatal registrará fortes resultados no segundo trimestre.

A atual política de dividendos tem sido alvo de críticas: analistas avaliam que a empresa precisa priorizar uma estratégia de alocação de capital em novos projetos, especificamente na expansão da capacidade de refino.

“Até o momento, as pistas que temos para a nova política de remuneração aos acionistas da Petrobras são de que o pagamento de dividendos deve estar em linha com as grandes petrolíferas. A empresa deve incluir a possibilidade de recompra de ações e dar flexibilidade na distribuição dividendos para permitir novos projetos e investimentos”, diz o BBA. 

Segundo a equipe do Itaú BBA, no geral, as principais empresas petrolíferas pagam dividendos trimestralmente, e as que possuem política declarada consideram um percentual de seu fluxo de caixa operacional com métrica de referência. No entanto, existem algumas empresas que não possuem uma política formal, o que resulta em dividendos futuros a critério da diretoria.

Avaliando o cenário, os analistas projetam dividendos entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3,5 bilhões, o que implica um dividend yield entre 3,3% e 4,3%. 

No relatório desta quinta-feira, o Itaú BBA avalia que a estatal deve entregar fortes resultados no 2T23, sustentada por sólidos números operacionais e um ambiente de preços que se mantém elevado para o petróleo e derivados. Mas, como existe a preocupação e incerteza em torno da nova política de dividendos, a instituição manteve recomendação neutra para a empresa.

Produção e possível troca no comando da Petrobras

A produção da Petrobras no segundo trimestre do ano ficou em linha com a previsão do analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, que projeta leve queda para o segmento de Exploração e Produção (E&P) da estatal no resultado financeiro referente ao período, que será apresentado no próximo dia 3. Além da ligeira queda da produção de petróleo de abril a junho, o analista cita menores preços do petróleo na comparação dos trimestres e um real mais forte.

Também motivou e acentuou a queda da Petrobras na B3 nesta quinta (27) outra notícia. Segundo apurou a Coluna do Estadão, gente de peso e influente junto ao governo dá conta de que haverá mudanças “o quanto antes” na diretoria da Petrobras e que a gestão de Jean Paul Prates estaria desagradando Lula e o PT. Fontes ouvidas pelo Broadcast já falam na saída de Prates do comando da estatal – um ruído que contribui para ampliar incerteza sobre a estatal no momento em que a política de dividendos segue no foco de atenção do mercado.

Analistas projetam possíveis cenários para política de dividendos 

Considerando os retornos declarados e históricos dos principais acionistas, o Itaú BBA projetou os seguintes cenários possíveis para distribuição de dividendos:

O BBA destaca que a atual política de dividendos não está no estatuto da petrolífera, o que significa que a Petrobras poderá eventualmente optar por deixar de seguir esta política neste trimestre. Porém, dada a relevância que os dividendos da Petrobras têm na receita anual do governo, analistas avaliam que uma suspensão do pagamento de dividendos seria improvável neste momento.

Petrobras teve avanços significativos com produção de petróleo no pré-sal, diz BBA

A Petrobras registrou uma produção total, em média, de 2,64 milhões de barris de óleo equivalente por dia equivalente (boe, petróleo e gás natural), uma queda de 0,5% na comparação com o mesmo trimestre de 2022. 

De acordo com analistas, essa queda ocorreu  principalmente ao maior volume de perdas com paradas e manutenções, declínio natural de campos maduros e desinvestimentos. 

Pelo lado positivo, o Itaú BBA destaca que o aumento da produção foi impulsionado pelo ramp-up da P-71 (campo de Itapu) e pela entrada em operação dos FPSOs Almirante Barroso (campo de Búzios) e Anna Nery (campo de Marlim).

Além disso,  a produção do pré-sal manteve-se estável em 1,71 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed) no trimestre, representando 78% da produção total da empresa. No trimestre anterior, o pré-sal representava 77% da produção total.

Analistas esperam que Petrobras tenha queda no Ebitda

Os analistas do Itaú BBA estimam que a Petrobras reporte US$ 12,4 bilhões em Ebitda para o trimestre, uma queda de 14% em relação ao trimestre anterior, devido a menores preços de petróleo e margens de refino. 

Vendas de gasolina têm alta

As vendas de gasolina subiram 15,7% na base anual, considerando ganho de participação da gasolina sobre o etanol hidratado no abastecimento dos veículos flex, assim como do aumento do mercado ciclo Otto.

“Por causa desses mesmos fatores, as vendas do 1S23 da Petrobras foram 9,3% superiores às do 1S22, sendo as maiores para um primeiro semestre nos últimos 6 anos”, diz a empresa.

Na análise do Itaú BBA, o aumento das vendas de gasolina decorreu principalmente da maior competitividade frente às principais alternativas de abastecimento.

A geração de energia elétrica ficou estável em relação ao trimestre anterior, visando atender à demanda nacional pelo vapor, com alocação de parte da geração em oportunidades comerciais relacionadas à exportação para a Argentina.

Segundo o relatório, as vendas de gás natural apresentaram estabilidade em relação ao primeiro trimestre, permanecendo no patamar médio de 50 milhões de m³/dia

Cotação

Hoje, os papéis da Petrobras tiveram queda de 5,39%, cotados a R$ 29,30.

Cotação PETR4

Gráfico gerado em: 27/07/2023
1 Ano

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