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Lucro da Petrobras (PETR4) no 1T23 chega a R$ 38,1 bilhões, queda de 14,4%, mas acima das projeções

Petrobras (PETR4)

Petrobras (PETR4) - Foto: Agência Petrobras

A Petrobras (PETR4) encerrou o primeiro trimestre de 2023 (1T23) com um lucro líquido de R$ 38,1 bilhões, de acordo com os dados divulgados nesta quinta (11). O número é 14,4% menor do que o registrado no 1T22, mas veio acima das projeções do mercado.

Veja os principais números do balanço da Petrobras no 1T23:

O Consenso Bloomberg trabalhava com um lucro líquido de R$ 27,9 bilhões. O Goldman Sachs tinha a estimativa de um lucro líquido de R$ 25,5 bilhões. Enquanto isso, bancos como o Itaú BBA e o BTG Pactual eram mais otimistas, com projeções nas casas de R$ 30,1 bilhões e R$ 37,1 bilhões.

Segundo a empresa, a relação endividamento líquido/Ebitda ajustado chegou a 0,58x, melhor marca desde 2010. Esse é o primeiro resultado da empresa sob a gestão de Jean Paul Prates, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comandar a petroleira.

No documento disponibilizado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o líder da companhia afirmou que está trabalhando por uma Petrobras “mais eficiente, saudável financeiramente e inclusiva, em que as pessoas estão no foco das decisões e no topo das prioridades”. Além de destacar os resultados da empresa no 1T23, Prates adiantou alguns dos seus próximos movimentos na petroleira.

“Também estamos avaliando a criação de grupos de trabalho com outras empresas para buscar oportunidades de negócios no Brasil e no exterior. Constituímos uma comissão mista com o BNDES para desenvolvimento conjunto de projetos em prol da transição energética, indústria nacional, e fomento à pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica”, escreveu o presidente da Petrobras.

Dívida bruta da Petrobras

A dívida bruta da Petrobras alcançou US$ 53,3 bilhões no primeiro trimestre de 2023, o menor nível desde 2010. Houve queda de 0,8% em relação a igual período do ano passado.

O prazo médio da dívida ficou em 12 anos e o custo médio foi de 6,5%, ambos em linha com aqueles registrados em 31/12/2022. A relação entre endividamento líquido e o Ebitda ajustado foi de 0,58x, também a melhor marca desde 2010.

“O atual nível do endividamento bruto, a elevada geração de caixa e a sólida liquidez permitiram à companhia aprovar um pagamento de remuneração ao acionista no montante de R$ 1,89 por ação ordinária e preferencial, de acordo com sua política de remuneração aos acionistas”, disse a empresa no relatório trimestral, referindo-se à distribuição de R$ 24,7 bilhões de proventos aos acionistas referente ao primeiro trimestre do ano.

Petrobras reduz exportações de petróleo à China e reforça vendas à Europa

No último ano, a Petrobras reduziu as vendas de petróleo à China de 56% do total exportado para 42%, enquanto aumentou os volumes destinados à Europa, de 14% para 26%.

Em relatório sobre os resultados do primeiro trimestre deste ano, a estatal informou que, ao longo dos últimos anos, vem implementando uma “constante busca por oportunidades globais e desenvolvimento de novos clientes”. Isso, informou a companhia, foi “decisivo” para que também alterasse o fluxo de exportações, aumentando o valor das vendas.

Embora não faça menção à guerra na Ucrânia no relatório, a mudança de destino das exportações de petróleo da Petrobras acompanhou a reorganização dos mercados globais de óleo bruto e combustíveis que se deu após o início do conflito iniciado em fevereiro de 2022.

Com os embargos, o petróleo russo, antes largamente comprado pela Europa, passou a ser redirecionado com desconto para mercados asiáticos, como China e Índia.

Nesse contexto, outros países produtores, como o Brasil e do Oriente Médio, reduziram os embarques à China e demais asiáticos e passaram a enviar mais petróleo para a Europa. No quarto trimestre de 2022, a continente chegou a responder por 29% das exportações da Petrobras.

As exportações de petróleo da Petrobras aos Estados Unidos, que chegaram a representar 7% do total no fim do ano passado, voltaram ao patamar de 2% nos três primeiros meses deste ano, em linha com os 3% verificados no início de 2022.

Derivados

Com relação à exportação de derivados da Petrobras, as vendas para Cingapura e outros países têm crescido, em detrimento da participação dos Estados Unidos, Europa e Caribe.

As exportações de combustíveis e demais derivados para Cingapura representaram 59% do total no início do ano passado, alcançando 70% no último trimestre de 2022 e 63% no primeiro trimestre deste ano. Já as exportações aos EUA caíram de 28% para 18% do total de vendas da Petrobras em um ano.

Dividendos da Petrobras

Antes de divulgar o resultado positivo, os gestores adiantaram o anúncio dos novos dividendos da Petrobras. Os proventos referentes a este trimestre são na ordem de R$ 24,7 bilhões, sendo que a data de corte para os investidores desses papéis na B3 é amanhã (12).

O valor dos dividendos por cada ação da Petrobras é de R$ 1,893577, sendo que o pagamento será parcelado em duas vezes, da seguinte forma:

“O montante está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos)”, disse o comunicado.

Além de informar sobre os próximos proventos para os detentores de ações da Petrobras, o alto escalão da petroleira determinou que a diretoria executiva “elabore proposta de ajuste do Planejamento Estratégico em curso e aperfeiçoamento da Política de Remuneração aos Acionistas da Petrobras, incluindo a possibilidade de recompra de ações, e submeta essas matérias para deliberação do Conselho de Administração antes do encerramento do mês de julho de 2023″.

O anúncio dos dividendos ocorreu antes do fechamento do mercado, o que impulsionou os papéis da Petrobras, que fecharam o dia em alta de 3,67%, aos R$ 25,43.

Com Estadão Conteúdo

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