O presidente-executivo da Azul (AZUL4), John Rodgerson, disse que a política de preços da Petrobras (PETR4) é a principal responsável pelos valores atuais das tarifas aéreas. Em entrevista à Folha de São Paulo, o executivo apontou o aumento de 112% do preço do combustível para aviação (QAV).
Questionado se a Azul busca reduzir o valor das passagens aéreas, Rodgerson destacou que as tarifas da companhia visam cobrir os custos das operações. “Quero uma tarifa que cubra nossos custos. E, se nossos custos ficarem mais baratos, é mais fácil ter [passagem] mais barata”, disse à Folha.
Em seguida, o CEO da Azul comparou os resultados dos balanços da companhia aérea com os da Petrobras. Enquanto a Azul amargou um prejuízo de R$ 722 milhões em 2022, a petroleira reportou um lucro de R$ 188 bilhões.
Olhe nosso balanço e o balanço da Petrobras. Quem é o vilão da história? Olhe no ano passado quanto eles ganharam e quanto eu perdi.
Política de preços da Petrobras
O CEO da Azul destacou que o querosene de aviação (QAV) aumentou 112% desde o início da pandemia. “Estou sendo cobrado porque cobro o preço da passagem. As pessoas não estão vendo que o preço do combustível dobrou para nós. Mas o custo da Petrobras dobrou? Não dobrou”, afirmou
Além disso, o executivo apontou que o preço de paridade de importação (PPI) da Petrobras, que inclui taxas portuárias e custos logísticos, torna o preço do QAV mais elevado. Com isso, as operações da aérea transferem parte desse valor para as passagens.
“Quando o preço do combustível cai, posso botar mais oferta no mercado. Mas, quando o custo é muito alto, eu restrinjo a oferta para ter uma demanda mais alta e um preço acima do nosso custo”, disse.
Vale lembrar que a paridade de importação da Petrobras tem sido alvo de críticas até mesmo dentro da estatal. O novo presidente da petroleira, Jean Paul Prates, chegou a afirmar que o PPI é “uma abstração” e que a empresa poderá não seguir mais essa prática.