O nome de Jean Paul Prates à presidência da Petrobras (PETR4) foi aprovado em unanimidade hoje (26) pelo Conselho de Administração da estatal. Em nota divulgada ao mercado, a petroleira informou que o ex-senador assumirá o comando interinamente até a próxima assembleia de acionistas.
O encontro está marcado para abril, porém, antes disso, os conselheiros da Petrobras também podem antecipar o referendo se convocarem uma assembleia extraordinária. No último dia 13, a petroleira havia confirmado a indicação de Jean Paul Prates para a presidência e membro do conselho de administração da estatal.
Segundo as regras da estatal, o presidente da Petrobras necessariamente deve ser integrante do Conselho de Administração.
Prates na Petrobras
Jean Paul Terra Prates é advogado formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre em Economia e Gestão de Petróleo, Gás e Motores pelo Instituto Francês do Petróleo (IFP School) e Mestre em Política Energética e Gestão Ambiental pela Universidade da Pensilvânia.
Prates foi membro da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro), editor da Revista Oil & Gas Journal Latinoamericana e diretor executivo da Expetro Consultoria em Recursos Naturais, consultoria de petróleo nacional durante os anos 1990 e 2000.
Ele já coordenou projetos de diversas empresas públicas e privadas, nacionais e internacionais, entidades sindicais e setoriais, e assessorou governos, agências reguladoras e parlamentares em todas as áreas do setor energético.
Governo articulava acelerar a aprovação
Dias após indicar Prates à presidência da Petrobras, o novo governo já contava com quatro dos seis votos necessários para que ele assuma a posição.
As conversas com os atuais conselheiros acontecem em paralelo à checagem dos documentos e do currículo de Prates pela área de conformidade da estatal.
O objetivo é que Prates assuma o quanto antes o comando da Petrobras para só depois ser confirmado no cargo em caráter permanente por meio de uma assembleia geral extraordinária de acionistas (AGE).
Entraves de Prates na Petrobras
Antes mesmo da confirmação do nome, já pairavam dúvidas sobre possíveis impedimentos para Prates assumir a Petrobras, previstos na Lei das Estatais.
Isso porque ele foi suplente de candidato ao Senado nas últimas eleições e a Lei das Estatais veda a entrada nas estatais de lideranças partidárias ou pessoas que tenham trabalhado em campanha eleitoral nos últimos três anos.
Outro possível entrave para assumir o comando da Petrobras é a participação de Prates em três empresas, das quais pelo menos duas, a Carcará Petróleo e a Bioconsultants, têm relação direta com o setor de energia. Em nota, ele disse que vai se desligar dessas empresas.