Petrobras (PETR4) incluirá novas propostas ao Planejamento Estratégico e analistas questionam retorno de projetos
A Petrobras (PETR4) informou na final da última semana a validação de seis novas propostas a serem consideradas no Planejamento Estratégico 2023-2027. Para entrar no documento, que detalha os planos e passos da estatal para os próximos anos, essas propostas devem ser votadas pelo Conselho de Administração (CA).
De acordo com o comunicado, os investimentos necessários para assegurar a execução dessas propostas devem ser financiados pelo fluxo de caixa operacional da Petrobras. Além disso, os valores serão “em níveis equivalentes às companhias congêneres” e, preferencialmente, por meio de parcerias que nos permitam compartilhar riscos e expertise.
“E devem buscar o retorno do investimento, redução do custo de capital, fortalecimento da Petrobras como uma empresa de energia integrada, maximizando o valor da companhia e buscando o desenvolvimento do mercado brasileiro”, prossegue o comunicado.
Confira, a seguir, quais são as seis novas propostas que serão consideradas no Planejamento Estratégico da Petrobras:
- 1) Atenção total às pessoas: com a prioridade no desenvolvimento, retenção e requalificação de talentos, de forma a prover à companhia um corpo técnico cada vez mais inclusivo, diverso e habilitado a atender às demandas dinâmicas do mercado, em especial da transição energética;
- 2) Foco em ativos rentáveis de exploração e produção: com descarbonização crescente das operações da empresa e de seus fornecedores;
- 3) Ênfase na adequação e aprimoramento do parque atual de refino: por meio do ganho de eficiência e conjugação de matérias-primas de matriz renovável no desenvolvimento de processos industriais resilientes e produtos sustentáveis;
- 4) Busca pela transição energética justa: em linha com as empresas congêneres internacionais, prioritariamente por meio de parcerias de excelência técnica e por programas de responsabilidade social que mitiguem as externalidades da atuação da companhia e fomentem cadeias produtivas locais;
- 5) Aproveitar as diferentes potencialidades do Brasil: como país de dimensões continentais e capacidades energéticas que favorecem o desenvolvimento sustentável, através da regionalização das atividades da empresa baseadas em cadeias produtivas e unidades operacionais locais;
- 6) Fortalecer o acesso a mercados e buscar a vanguarda global na transição energética: através da atuação internacional por meio de parcerias tecnológicas e operacionais.
BofA questiona retorno de projetos
Frank McGann e Leonardo Marcondes, analistas do Bank Of America, destacam que as propostas anunciadas estão em linha com comentários recentes feitos pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em relação à transição energética.
Segundo eles, a implementação será o fator-chave e a extensão pela qual os projetos irão gerar retornos sólidos. “A descarbonização parece uma necessidade e a expansão em biocombustíveis, renováveis e outras tecnologias pode ser altamente positiva, mas o principal risco para os acionistas é a diluição dos retornos no longo prazo.”
Os analistas do banco americano pontuam que os esforços para descarbonizar as próprias operações e de fornecedores da Petrobras é visto como algo positivo. Além disso, se a Petrobras trabalhar por meio de Joint Venture [quando duas empresas trabalham juntas por uma finalidade específica] pode diminuir os riscos da percepção do mercado sobre esses projetos.
“A estatal pretende ampliar suas operações geograficamente no País a fim de aproveitar as oportunidades regionais. Isso pode ser altamente positivo, já que há um forte potencial para as energias limpas. No entanto, em nossa opinião, o atual excesso de capacidade do Brasil para geração de energia poderia potencialmente reduzir o retorno desses projetos”, pontuam.
Cotação da Petrobras
Por volta das 14h40, as ações preferenciais da Petrobras operam em queda de 0,53%, cotadas a R$ 24,36. Veja mais detalhes no gráfico abaixo:
Cotação petr4