A Petrobras (PETR4) anunciou que vai diminuir o preço do diesel em 3,5% a partir da sexta-feira (5), nas suas refinarias. O litro do combustível teve uma queda de R$ 0,20, passando a custar R$ 5,41, informou a estatal. Sem reajuste há quase 50 dias, o diesel estava sendo negociado em média no Brasil acima do preço internacional.
“Essa redução do diesel acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para o diesel, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, disse a empresa me nota.
Em videoconferência com analistas na semana passada, o diretor de Comercialização e Logística da estatal, Claudio Mastella, havia indicado que ainda observava o movimento de queda do preço do diesel “com cautela”, apesar das pressões do governo para que a estatal reduzisse o preço.
Segundo a Petrobras, considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 5,05, em média, para R$ 4,87 a cada litro vendido na bomba.
Petrobras: queda no preço da gasolina pode levar a perdas de estoque, diz GS
A Petrobras anunciou na última quinta-feira (28) uma nova redução no valor da gasolina, de 3,88%, fazendo o preço cair de R$ 3,87 o litro para R$ 3,71/l desde sexta passada (29).
O Goldman Sachs ressalta, em relatório, que a diferença entre a primeira redução de preços da gasolina feita neste mês e a segunda foram apenas nove dias.
O último corte foi de aproximadamente 5% e, desde então, os valores da gasolina no mercado internacional caíram cerca de 4% em termos de reais (ou cerca 3% em termos de dólares), de acordo com o banco de investimentos.
“Levando em conta essa queda, agora vemos preços da gasolina 19% abaixo do Golfo ao comparar os preços dos combustíveis domésticos com os internacionais, enquanto o do diesel da Petrobras 6% está acima dos preços internacionais”, afirmaram os analistas.
O Goldman Sachs destaca que a paridade de desconto médio contra os preços internacionais foi de -9% e -15% para diesel e gasolina, respectivamente, em 2021.
Atualmente, o crack spread (diferencial entre o preço do petróleo e os produtos derivados do petróleo dele extraídos) da Petrobras ante o Brent é de aproximadamente US$ 65/barril para o diesel (contra a média de US$ 12/barril em 2021) e US$ 6/barril para gasolina (na comparação média de US$ 9/barril em 2021).
“Isso nos leva a acreditar que as margens consolidadas de refino da Petrobras permanecem em níveis saudáveis”, diz o relatório.
O Goldman Sachs reitera a recomendação de compra das ações da Petrobras: “Continuamos a ver a estatal fornecendo uma carry atraente, com um dividend yield de 47% na estimativa de 2023 (vs. 31% para o principal par Ecopetrol)”, com o preço alvo para a ação preferencial em R$ 32,80 e a ordinária, R$ 35,60.
Além disso, o banco de investimentos lembra que a queda do preço da gasolina pode levar a perdas de estoque para as distribuidoras de combustíveis “em nossa cobertura no 3T22”, diz o GS.
A equipe de Research da Ativa Investimentos estima que a defasagem atual da Petrobras contra os valores internacionais é superior a 10%. Com um preço do galão no Golfo a US$ 3,07, o litro a US$ 0,81/l e o dólar a R$ 5,22, vemos a gasolina atualmente a R$ 4,23 no Golfo e frente aos R$ R$ 3,87 cobrados atualmente. Existiria uma defasagem próxima a 10% aos preços cobrados pela Petrobras. Com a redução, alcançaria patamar ainda superior”, diz o texto.
Com Estadão Conteúdo