O preço metro cúbico do gás natural vendido pela Petrobras (PETR4) a distribuidoras ficará 39% mais caro a partir do primeiro dia de maio. Quando a medição é feita pela relação dólar e MMBtu, o aumento será de 32%.
“A variação decorre da aplicação das fórmulas dos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio“, explica a Petrobras no documento, publicado nesta segunda-feira (5).
A companhia afirma ainda que as atualizações dos preços são trimestrais e que para os meses de maio, junho e julho, a referência são os preços das variáveis nos meses de janeiro, fevereiro e março.
“Durante esse período, o petróleo teve uma alta de 38%, seguindo a tendência de alta das commodities globais. Além disso, os preços domésticos das commodities tiveram alta devido à desvalorização do real”, justifica a Petrobras.
Petrobras aumenta preço do gás após polêmica dos combustíveis
O anúncio do reajuste de preços vem em meio ao aumento dos preços dos combustíveis, que gerou crise na estatal e levou o governo de Jair Bolsonaro a demitir o então presidente Roberto Castello Branco, que está para deixar o cargo, a ser assumido pelo general Joaquim Silva e Luna.
Para Bolsonaro, Castello Branco faltou ao informar sobre as variações e teria exagerado na alta dos preços. A política de preços da Petrobras gerou ainda falas do presidente da República afirmando que a companhia deveria cumprir um papel social e não pensar apenas em ganhos.
Em meio à polêmica, a Petrobras tenta contextualizar a alta dos preços em sua publicação: “Apesar do aumento em maio, junho e julho, ao longo de 2020, os preços do gás natural às distribuidoras chegaram a ter redução acumulada de 35% em reais e de 48% em dólares, devido ao efeito da queda dos preços do petróleo no início do ano”.
A Petrobras justifica ainda ainda que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelos seus preços de venda, mas também pelas margens das distribuidoras e pelos tributos federais e estaduais.