Após a divulgação do relatório de produção da Petrobras (PETR4) referente ao quarto trimestre de 2023, a XP Investimentos prevê que a estatal pagará dividendos mínimos de US$ 3,9 bilhões, enquanto os proventos extraordinários podem ser de até US$ 5,5 bilhões (R$ 27,2 bi) para o ano fiscal de 2023.
“Atualmente, vemos a Petrobras terminando o 2T24 (quando estimamos que os dividendos extraordinários serão pagos) com caixa próximo de US$ 14 bilhões No entanto, considerando a difícil situação fiscal do Brasil e o fato de que o plano estratégico estabeleceu US$ 8 bilhões como “caixa de referência”, a Petrobras poderia pagar ainda mais do que os US$ 5,5 bilhões que supomos”, explica a XP.
Segundo a corretora, essa possibilidade de pagamento de dividendos da Petrobras, juntamente com uma aceleração na recompra de ações, responde por boa parte do desempenho superior das últimas semanas de PETR4 e PETR3 em relação a seus pares.
O Citibank, por exemplo, tem a expectativa de que a estatal distribua cerca de 7% de rendimento de dividendos no trimestre (dividendos de 3% + dividendos extraordinários de 4%). O Citi reitera recomendação neutra para a Petrobras, com preço-alvo de US$ 15,00 por American Depositary Receipt (ADR).
A XP ainda projeta para o resultado financeiro da Petrobras no 4T23, um EBITDA de US$ 15,8 bilhões, alta de 17% frente ao trimestre anterior, devido a melhores margens em E&P (exploração e produção) e melhores crack spreads em RTC (refino transporte e comercialização).
Petrobras: produção total sobe 10,9% no 4T23, para 2,93 mi de boed
A produção no Brasil e no exterior de petróleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural da Petrobras (PETR4) alcançou 2,935 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no quarto trimestre do ano passado, uma alta de 10,9% na comparação anual.
Em 2023, a produção total da Petrobras teve alta de 3,7% ante 2022, para 2,782 milhões de boed, impactada pela entrada em operação das Unidades Flutuantes de Armazenamento e Transferências, conhecida pela sigla em inglês FPSOs, Almirante Barroso, no campo de Búzios, Anna Nery e Anita Garibaldi, nos campos de Marlim e Voador, além do atingimento do topo de produção da plataforma (P-71), no campo de Itapu, e da FPSO Guanabara, e da entrada em produção de novos poços nas Bacias de Campos e Santos.
Também contribuiu para o resultado do período as entradas de quatro novos poços de projetos complementares nas Bacias de Campos e Santos. Isso foi “parcialmente compensado” pelo declínio natural de campos maduros, informou a estatal.
No Brasil, a produção de petróleo, LGN e gás natural da Petrobras foi de 2,901 milhões de boed no quarto trimestre, crescimento de 11,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No ano passado, a produção teve uma alta de 3,8% quando comparada ao ano anterior, a 2,748 milhões de boed.
A produção comercial de óleo e gás foi de 2,572 milhões de boe/d no quarto trimestre de 2023, alta de 10,6% ante o quarto trimestre de 2022, e alta de 1,4% contra a média dos três meses imediatamente anteriores.
A produção de petróleo foi de 2,361 milhões de barris por dia (bpd) no quarto trimestre deste ano, 11,8% maior do que no quarto trimestre de 2022. Já em relação ao trimestre até setembro, a alta foi de 1,9%.
A produção de gás natural totalizou 540 mil boe/d, alta de 8% na comparação com um ano antes, e mais 2,9% em relação ao terceiro trimestre de 2023.
Petrobras: alta de 18,2% na produção do pré-sal
No pré-sal, a Petrobras produziu 1,937 milhão de barris por dia (bpd) no trimestre, uma elevação de 18,2% na comparação anual. Em 2023, a produção atingiu 1,806 milhão de bpd, um aumento de 10,5% ante o visto no ano anterior.
De acordo com a companhia, a performance no pré-sal da Petrobras pode ser explicada, principalmente, ao ramp-up do FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios, da P-71, no campo de Itapu, e do FPSO Anita Garibaldi, nos campos de Marlim e Voador, além da menor quantidade de paradas na comparação com o terceiro trimestre de 2023.
No pós-sal, que envolve campos profundos e ultra profundos, a produção da estatal brasileira de petróleo foi de 300 mil bpd no quarto trimestre, uma baixa de 3,2% na comparação anual. No ano passado, houve uma queda de 12% ante 2022, para 382 mil bpd.
No segmento de Refino, Transporte e Comercialização, o volume total de vendas no mercado interno foi de 1,733 milhão de bpd no quarto trimestre do ano passado, 3,5% inferior na base anual. Já o volume de produção subiu 4,3% na mesma base de comparação, para 1,798 milhão de bpd.
No último trimestre de 2023, as exportações líquidas da Petrobras somaram 885 mil bpd, crescimento de 11,6% ante igual intervalo de 2022. Já a importação alcançou 264 mil bpd no quarto trimestre, recuo de 39,4% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Venda de derivados cai 3,5% no 4º trimestre, para 1,733 mi bpd
O volume total de vendas de derivados da Petrobras no mercado interno caiu 3,5% no quarto trimestre de 2023 ante o mesmo período do ano passado, para 1,733 milhões de barris por dia (bpd). Na comparação com o terceiro trimestre, a queda foi 4,8%.
No diesel, as vendas caíram 2,7% em um ano e 6,6% na comparação com os três meses anteriores, para 748 mil bpd. Com relação à gasolina, a retração ante o último trimestre de 2022 foi de 8,9% e, na margem, de 2,2%, para 407 mil bpd.
Em relatório, a Petrobras informou que essa redução de 6,6% nas vendas de diesel na margem está ligada “à sazonalidade do consumo, usualmente mais elevado no terceiro trimestre do ano por conta do plantio da safra de grãos de verão e da atividade industrial”.
Já o recuo nas vendas de gasolina veio em função da perda de participação do derivado para o etanol hidratado no abastecimento de veículos flex, disse a Petrobras.
Desempenho anual das ações da Petrobras
Cotação PETR4