Petrobras (PETR4): analistas preveem ‘tempos sombrios’ e menos dividendos; recomendação é de venda

Incertezas no próximo mandato, de Lula (PT), fizeram analistas cortarem preço-alvo das ações pela metade

Com o cenário político conturbado, nesta semana a Petrobras (PETR4) ganhou uma das revisões de analistas mais pessimistas dos últimos tempos.

O UBS, que recomendava compra das ações da Petrobras, passou a sugerir venda. O preço-alvo, que era de R$ 47, caiu para R$ 22.

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Com o movimento, os papéis PETR4 caem cerca de 5% no intradia do Ibovespa desta terça (22).

Segundo os analistas do UBS, a estatal deve enfrentar ‘tempos mais sombrios’ nos próximos anos. Isso em contexto de transição presidencial, já que Lula (PT) deve indicador o novo presidente da companhia.

“Nada está muito claro por enquanto; no entanto, os comentários da equipe de transição [do novo governo, de Lula] fornecem alguns insights e, olhando para o passado da Petrobras, optamos por nos manter em cautela”

Um dos pontos destacados pelos analistas do UBS é a incerteza sobre como será a política de preço dos combustíveis.

Isso porque atualmente a estatal funciona com Paridade Internacional (PPI) – justamente um dos fatores responsáveis por aumentar a lucratividade da companhia nos últimos meses.

Além disso, o UBS também vê com desconfiança as sinalizações de maiores investimentos.

Lula já citou, em diversas falas, que prevê encolher dividendos e aumentar o investimento em refino e em energia renováveis.

“Investimentos mais altos por parte da Petrobras, em conjunto com um impulso para entrar no nicho de energias renováveis ​​e transição energética, exigiriam que a Petrobras se tornasse ‘ainda maior’, e essa sobrecarga torna-se uma preocupação para a companhia”, analisa o UBS.

Nesse aspecto, o banco suíço estima que os dividendos da Petrobras podem passar a representar um payout (porcentagem do lucro líquido distribuído) de 25% – o mínimo exigido por lei.

Revisão de PETR4 não é novidade

Em semanas anteriores, após o resultado das eleições, analistas de outras casas já destacaram uma visão consideravelmente mais negativa para a companhia.

O Itaú BBA reforçou recomendação neutra recentemente, com preço-alvo de R$ 38.

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“Acreditamos que uma possível mudança na política de preços da empresa pode resultar em impactos concretos. Levamos em consideração a falta de clareza quanto ao futuro da política de preços da Petrobras, o que consideramos um grande risco para o futuro dos investimentos da Petrobras”, disseram os analistas do banco.

O Goldman Sachs, por sua vez, rebaixou sua recomendação de compra para neutra ainda no início do mês de novembro, com preço-alvo de R$ 31,40 para os papéis preferenciais da Petrobras.

“Os pagamentos de dividendos têm sido um foco dos investidores em ativos vinculados ao petróleo. Enquanto isso o presidente eleito e outros nomes mencionaram sua intenção de diminuir o pagamento de dividendos e promover investimentos em refino e energias renováveis, onde a Petrobras não tem um histórico significativo”, disse o banco em seu parecer.

Novo presidente da Petrobras

Informações da Reuters mostram que Lula conversa nesta semana com possíveis nomes para assumir o comando da Petrobras.

Um dos possíveis, aliás, e o do senador Jean-Paul Prates (PT), que pode vir a enfrentar obstáculos por conta da Lei das Estatais, que veda indicações de personalidades que fizeram campanha política nos últimos 36 meses.

Os rumores são de que a presidência da Petrobras possivelmente será ocupada por um nome político.

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Eduardo Vargas

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