O dólar vem chamando a atenção do mercado nos últimos dias, uma vez que, desde o início de outubro, a moeda norte-americana apresenta alta de quase 6% ante o real. A seguir, entenda quais podem ser os impactos desse avanço para os dividendos da Petrobras (PETR4).
A estatal anunciou recentemente R$ 17,1 bilhões (ou cerca de US$ 3 bilhões) em dividendo, o que resulta em um dividendo yield de 3,9%, acima das estimativas.
Francesco Lupo Pasino, analista da Rio Bravo, afirma que a política de dividendos da Petrobras é sustentada por uma gestão financeira conservadora e uma alavancagem controlada, embora a visão sobre futuros dividendos dependa da divulgação do novo plano estratégico da Petrobras.
Nessa linha, Carlos Braga Monteiro afirma que os investimentos crescentes podem significar um impacto negativo para os próximos proventos da companhia. Além disso, ele cita também as oscilações cambiais como outro ponto negativo, uma vez que elas afetam o custo da dívida e a margem de lucro da companhia.
Mesmo assim, Monteiro destaca a forte geração da caixa da Petrobras, que alcançou R$ 62,7 bilhões, além da dívida líquida reduzida, como fatores que sustentam a manutenção do nível de pagamento de dividendos da empresa.
Pasino, por sua vez, explica que o Ebitda de R$ 64,4 bilhões registrado pela Petrobras no terceiro trimestre foi impulsionado pela desvalorização do real frente ao dólar, “apesar de alguns desafios em segmentos específicos”.
Vale destacar que, na última sexta-feira (08), o diretor financeiro da Petrobras (PETR4), Fernando Melgarejo, afirmou que a companhia pode anunciar dividendos extraordinários junto à divulgação do Plano Estratégico 2025-2029, prevista para o final de novembro.
Segundo Melgarejo, a possibilidade do anúncio de dividendos extraordinários da Petrobras está sendo cuidadosamente avaliada em conformidade com o plano.
“Se tivermos um nível de confiança adequado, poderemos propor essa distribuição à companhia e tomar a melhor decisão ainda em novembro, junto com o PE,” disse.
Por volta das 14h35 desta segunda-feira (11), a Petrobras operava em leve alta de 0,19% no Ibovespa, com as ações cotadas a R$ 36,24.