A Petrobras (PETR4) anunciou nesta segunda-feira (8) que vai elevar mais uma vez os preços da gasolina e do diesel a partir de amanhã. O preço médio da gasolina na refinaria avançará 9,2%, alta de R$ 0,23, para R$ 2,84 o litro. O diesel ficará R$ 5,5% mais caro, vendido a R$ 2,86, R$ 0,15 a mais por litro.
Essa é a sexta alta do ano imposta pela Petrobras nos preços da gasolina e a quinta no valor do diesel. Em dezembro de 2020, o litro de gasolina saía das refinarias vendido a R$ 1,84 e o diesel a R$ 2,02. Desde o início do ano o preço da gasolina avançou 54% e do diesel, 41,6%.
O aumento dos preços segue a valorização do petróleo Brent. Hoje, o barril voltou a custar mais de US$ 70, impulsionado pela recente reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e também por um ataque a um porto da Arábia Saudita realizado no fim da noite de ontem.
Há também a desvalorização do real, com o preço do dólar avançando cerca de 10% ante a moeda brasileira desde o início do ano.
Aumentos de preço pela Petrobras vem gerando problemas com o governo
A decisão de elevar preços mais uma vez vem no dia em que a União indicou novos membros para o conselho de administração da petroleira. Quatro membros da mesa antiga decidiram por deixar a Petrobras após o presidente da República, Jair Bolsonaro, demitir o antigo diretor-executivo (CEO) da estatal, Roberto Castello Branco, em meio a uma polêmica envolvendo justamente a política de preços.
Bolsonaro se irritou com as sucessivas altas e acusou Castello Branco de não consultar o governo sobre as altas. A demissão provocou um forte abalo nas ações da companhia, que chegou a perder R$ 75 bilhões em valor de mercado em um único dia.
As ações da petroleira não se recuperaram. Há ainda temor por parte do mercado de que o Governo Federal interfira na política de preços da Petrobras.
