Petrobras (PETR4): ações em queda são oportunidade, diz BTG
A Petrobras (PETR4) divulgou seus resultados do 4T24, trazendo um aumento expressivo nos investimentos (capex) e um pagamento de dividendos abaixo do esperado. Em reação aos números, as ações tombam no pregão desta quinta-feira (27).
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Por volta das 15h22, as ações da Petrobras (PETR4) operavam em queda de 4,16% no Ibovespa, cotadas a R$ 36,37.
O capex da Petrobras somou US$ 5,7 bilhões no trimestre, levando o total de 2024 a US$ 16,6 bilhões, um crescimento de 19% acima da previsão inicial. Essa elevação no investimento levanta preocupações sobre a capacidade de distribuição de dividendos no curto prazo, diz o BTG Pactual.
A principal razão para o aumento do capex foi a decisão da Petrobras de acelerar investimentos no campo de Búzios, o mais promissor da companhia. Segundo a estatal, a antecipação dos desembolsos busca mitigar riscos da cadeia de suprimentos e melhorar a coordenação entre contratantes.
Apesar desse movimento poder resultar em maior produção futura e beneficiar o fluxo de caixa (FCFE), o mercado reagiu mal ao fato de que a empresa não reduziu sua projeção de investimentos para 2025, mantendo-a baseada em um câmbio de R$ 5/US$. A incerteza sobre novos atrasos também contribuiu para a cautela dos investidores.
O impacto dessa decisão foi sentido diretamente nos dividendos da Petrobras. Com um fluxo de caixa livre operacional de US$ 3,8 bilhões, a Petrobras distribuirá US$ 1,6 bilhão (R$ 0,71 por ação e US$ 0,25 por ADR), representando um yield de apenas 1,8%. O número ficou bem abaixo das expectativas do mercado, que projetava algo em torno de US$ 2,6 bilhões.
Apesar da reação negativa do mercado em relação às ações PETR4, o BTG Pactual destaca que o histórico da companhia mostra que momentos de pânico muitas vezes se traduzem em oportunidades de entrada.
Episódios anteriores de mudanças na gestão, política de preços de combustíveis e temores sobre aquisições sempre geraram volatilidade, mas sem grandes mudanças estruturais na estatal, dizem os analistas.
Assim, apesar do alerta sobre os riscos de alocação de capital, o BTG Pactual manteve sua recomendação de compra para os papéis da Petrobras, destacando que o valuation atual já precifica um rendimento de 15% em dividendos para 2025.