Petrobras tem perda de R$ 32 bi em valor de mercado com interferência de Bolsonaro
A Petrobras perdeu R$ 32,4 bilhões em valor de mercado depois do presidente Jair Bolsonaro intervir na política de preços da estatal. A mudança estava prevista para ocorrer nesta sexta-feira (12). Bolsonaro pediu para o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, cancelar a medida divulgada na quinta (11).
A interferência do governo provocou receios no mercado. As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) caíram 8,54%, negociados a R$ 29,13. Já as ações preferenciais fecharam a R$ 25,83. Em Nova York, os recibos de ações tiveram perda de mais de 9%.
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É a maior queda percentual da companhia desde a renúncia de Pedro Parente da presidência da Petrobras. Na ocasião, o executivo deixou o cargo devido as pressões para a mudança na regra de reajuste dos combustíveis por pressão do governo.
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Até o momento, o preço do diesel permanece inalterado, representado uma perda de R$ 14 milhões por dia a Petrobras. Após a greve dos caminhoneiros, a política de ajustes diários iniciada pelo governo Michel Temer foi flexibilizada.
Cálculos do reajuste
De acordo com a Petrobras, os valores nas refinarias equivalem a 29% do preço nas bombas pago pelos consumidores. A porcentagem aproximada é uma média dos valores cobrados entre os dia 17 e 23 de fevereiro em 13 capitais e regiões metropolitanas do Brasil.
Outros 48% são compostos de tributos, dos quais:
- 31% correspondem Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
- 17% relativos à Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e PIS/Cofins;
Do restante, 13% cobrem os custos do etanol anidro que compõe 27% da gasolina comum e 10% são relativos aos custos e lucro de distribuidores de postos.
Nova metodologia
No ano passado, o governo comunicou o fim do programa de subvenção do diesel criada após a greve dos caminhoneiros, ocorrida no fim de maio. Uma das reivindicações da categoria era a redução do preço do combustível.
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Em março de 2018, a Petrobrás modificou a forma de reajuste, passando a divulgar os preços do litro de gasolina e do diesel vendido nas refinarias e não só os percentuais da variação dos preços.