Em entrevista à TV Record, o presidente Jair Bolsonaro disse que, em conversa com o Presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Roberto Castello Branco, foi decidido que não haverá mudança no preço do combustível.
O mandatário brasileiro garantiu que a Petrobras não irá mexer no preço dos combustíveis após o ataque às instalações da Saudi Aramco no último sábado (14).
“A tendência natural é seguir o preço internacional que vem da refinaria para a bomba, no final das contas. O governo federal já zerou os impostos da Cide e não podemos exigir nada de governadores no tocante ao ICMS. Conversei agora há pouco com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e, como é algo atípico, ele não deve mexer no preço do combustível” afirmou o presidente.
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Segundo o jornal “O Globo”, a estatal vai aguardar a volatilidade dos preços e decidir sobre a manutenção ou não dessa política. A petrolífera brasileira possui mecanismos de proteção em casos similares de pressão do preço do barril do petróleo, com a sua política de hedge.
Bolsonaro também falou aos caminhoneiros, e procurando tranquilizá-los, citou o Cartão Caminhoneiro, lançado há poucos dias.
“Com esse cartão, lançado há poucos dias, o caminhoneiro pode chegar no posto e comprar X litros de óleo diesel, e por 30 dias esse preço estará garantido para ele”, afirmou Bolsonaro.
Uma possível alta no preço do óleo é preocupante pois a reação dos caminhoneiros é imprevisível.
Em maio de 2018, o aumento do preço do petróleo mundial fez com o que o combustível ficasse mais custoso no Brasil. A greve dos caminhoneiros, em protesto a essa alta, ocorrida por vários dias, impactou no Produto Interno Bruto (PIB) do País.
“O Ministério da Economia informa que sua equipe técnica está acompanhando os desdobramentos do ataque à refinaria de petróleo na Arábia Saudita e analisando seus impactos no mercado internacional e na economia doméstica”, afirmou a pasta econômica em nota.
O anúncio da Petrobras, em maio, de que iria reajustar o preço do óleo diesel irritou os motoristas, que ficaram perto de realizar uma nova paralisação nacional.
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Entretanto, um acordo estabelecido entre os caminhoneiros e o Ministério da Infraestrutura garantiu que o custo diesel seria repassado para a tabela de frente sempre que haver uma alta de 10% no preço do combustível, compensando a despesa logística.
No comunicado publicado na última segunda, o Ministério da Economia, ainda, afirmou que observa com atenção os desdobramentos dos ataques do último sábado.
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Na última segunda, o preço do petróleo subiu aproximadamente 20% no mercado global. A alta foi impulsionada pelo ataque sobre as instalações sauditas. As ofensivas à petroleira limitaram à metade a produção da commodity no país.
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No último domingo (15), o barril do petróleo finalizou o dia sendo negociado a US$ 70,98 nos mercados futuros. Isso equivale a uma alta de 18% ao relação ao fechamento da sexta-feira (13), quando o barril custava US$ 60,15. O aumento refletiu na alta da Petrobras na Bolsa. Na última segunda, as ações preferenciais da estatal finalizaram o dia com uma alta de 4,39% na B3.