A decisão do presidente da República, Jair Bolsonaro, de interferir e desaprovar o reajuste do preço do diesel representa uma retração de receita para a Petrobras de cerca de R$ 14 milhões por dia. O cálculo, realizado pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), considera o volume médio de vendas do combustível em 2018.
A Abicom estimou que a perda pela Petrobras, após não reajustar o preço do diesel, será de R$ 0,123 por litro vendido. O reajuste, de 5,7%, elevaria o valor de R$ 2,1432 a R$ 2,2662. As informações são da “Folha de S. Paulo”.
Em 2018, o Brasil consumiu 42 bilhões de litros de diesel. Desta forma, a média de consumo mensal foi de 3,5 bilhões de litros. A interferência do governo Bolsonaro fará com que a petroleira deixe de recolher cerca de R$ 430 milhões por mês. E não há clareza acerca do prazo que os preços ficarão congelados.
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O preço atual do diesel está em vigor desde 22 de março. Quatro dias depois, a Petrobras informou que haveria alteração em sua política de preços, com prazo mínimo de 15 dias para mudanças. Na última quinta-feira (11), o décimo sexto dia após o anúncio, a empresa estatal decidiu aumentar o preço 5,7%.
“A intervenção do governo na Petrobras está declarada […] A prática de preços predatórios acaba com o mercado competitivo, reforça o monopólio e prejudica a sociedade”, analisou o presidente-executivo da Abicom, Sérgio Araujo.
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Petrobras perde R$ 14 bilhões em valor de mercado
De acordo com a revista “Exame”, a queda de mais de 5% nas ações da Petrobras na manhã desta sexta-feira (12) implica em uma perda de cerca de R$ 14 bilhões em valor de mercado, em menos de duas horas de pregão.
Ações da Petrobras
Às 13h37 desta sexta-feira, as ações da Petrobras, na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), caíam conforme o seguinte:
- ações ordinárias (PETR3): queda de 7,35% a R$ 29,49.
- ações preferenciais (PETR4): queda de 6,89% a R$ 26,07.
Interferência de Bolsonaro
A petroleira chegou a anunciar na véspera que teria reajuste no preço do diesel. Contudo, o governo do presidente Jair Bolsonaro interveio para evitar o aumento. Por isso, a estatal teve que recuar no mesmo dia e cancelou o reajuste.
Depois da intervenção do Executivo na decisão da Petrobras, o preço do combustível nas refinarias permanece o mesmo desde 22 de março, em R$2,1432. De acordo com o governo, um reajuste no momento poderia ter um forte impacto na economia.
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Preocupação com os caminhoneiros
Em sua decisão, o governo tem a preocupação de não atingir os caminhoneiros. A categoria realizou uma paralisação em maio de 2018, que paralisou o Brasil por 11 dias, por conta do preço do diesel, além de apontar outras reivindicações.
A greve dos caminhoneiros acarretou em sérias consequências para diversos setores da economia. A greve desorganizou as cadeias de distribuição em todo o País.
Por isso, o então presidente Michel Temer concordou em acatar algumas reivindicações da categoria. Ente elas, uma nova política de aumento de preços da Petrobras.