Segundo a diretora financeira da Petrobras (PETR3;PETR4), Andrea Marques de Almeida, a companhia está consumindo cerca de US$ 1 bilhão por mês, em razão dos preços baixos do petróleo.
“Os preços menores e a demanda menor afetam de forma significativa nossa receita. Temos que adequar nossos custos às receitas. Para se ter uma ideia, a Petrobras, hoje em dia, e olhando para frente, dentro do que vimos no nosso cenário, estamos queimando, consumindo US$ 1 bilhão de caixa por mês”, comunicou a executiva durante evento online na última quarta-feira (6).
De acordo com Marques Almeida, o cenário demanda medidas para preservar o caixa da companhia. Nesse sentido, a executiva afirmou que são necessárias ações de redução de custo e de liquidez para empresa “suportar o ano de 2020”.
“Nossos custos, muitos deles, são fixos e a nossa receita é variável. Temos que adequar os custos a nossa receita”, salientou a diretora financeira da Petrobras.
Petrobras não irá hibernar mais plataformas
Além disso, o diretor de exploração e produção da petrolífera, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, pontuou, durante o evento online, que não existe indicativo no momento de que a Petrobras hibernaria mais plataformas.
A companhia anunciou no mês de abril a paralisação da atividades de 62 de suas 82 unidades de produção em águas rasas. A decisão contemplou as bacias de Campos, Sergipe Potiguar e Ceará, que, segundo a Petrobras, não possuem condições econômicas para operar com baixos preços do petróleo.
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“Temos que preservar caixa e a ação foi no sentido de estancar essa hemorragia. Não temos nada que sinalize, neste momento, que vamos hibernar mais plataformas”, afirmou o executivo.
Carlos Alberto também ressaltou que de hibernar corresponde aos aspectos econômicos e que, neste momento, a queda na demanda da commodity não cria “nenhuma restrição” à restrição da Petrobras.
A petrolífera chegou a anunciar um corte de 200 mil barris por dia (bpd), devido à redução da demanda por combustível. Entretanto, a Petrobras observou um aumento nas exportações, para um recorde de 1 milhão de bpd no mês de abril e, nesse sentido, decidiu por manter os níveis de produção.
“Na medida em que houve redução da demanda interna tivemos que dirigir nossa produção para o mercado internacional. No início encontramos, apesar de todos os esforços, algumas dificuldades para fazer essa colocação e anunciamos a redução da produção. Graças ao trabalho do pessoal de logística e comercial, conseguimos outros canais e retiramos essas restrições”, declarou o diretor.
Crise reforça necessidade de venda de refinarias
A diretora de refino e gás natural, Anelise Lara, afirmou ainda que a crise reforça a necessidade de vender metade do parque de refino. Segundo a executiva, a pressão no setor de biocombustíveis por elevação da taxa sobre combustíveis fósseis e a monopólio da Petrobras colocam a companhia em uma posição muito exposta.
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“Essa posição é muito ruim, porque dificulta muito nossa relação e participação no mercado como um todo. Quando se fala hoje em alguma medida para beneficiar o refino, pensa-se que estará se beneficiando uma única empresa. Isso é muito ruim para nossa perenidade e sustentabilidade”, detalhou a diretora da Petrobras. “Não podemos ficar sozinhos num segmento tão relevante como o refino. Precisamos de parceiros na luta por demandas que esse segmento vai precisar enfrentar nos próximos anos”.