O presidente Jair Bolsonaro disse, recentemente, que entrar na
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) seria algo positivo para o Brasil. A declaração foi dada após um convite informal da organização. Em contrapartida, na última quarta-feira (4), o presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Roberto Castello Branco, afirmou que no momento essa possibilidade não seria positiva para o País.
De acordo com o presidente da Petrobras, ser membro da Opep não é uma opção que o governo leva em conta neste momento. Castello Branco afirmou que defende o livre mercado e que é “contra os cartéis”, dizendo que o “Brasil pode fazer melhor”.
Vale destacar que a produção de petróleo do Brasil deve crescer nos próximos anos com a perfuração de mais reservas offshore. Assim, o País aumentará sua influência no mercado global.
A entrada do Brasil na Opep não é um assunto novo. No mandato de Luiz Inácio Lula da Silva já era considerada uma possível parceria com a organização. Da mesma forma, a Petrobras já havia informado que não aceitaria a proposta, alegando obrigações com investidores e credores de dívida.
Petrobras e distribuição de US$ 34 bi em dividendos
A Petrobras informou, nesta quarta-feira (4), que pretende distribuir US$ 34 bilhões (cerca de R$ 143 bilhões) em dividendos até 2024.
De acordo com a diretora financeira da Petrobras, Andrea Almeida, o pagamento de dividendos passará por um aumento substancial quando a dívida bruta da petrolífera atingir US$ 60 bilhões (no final do terceiro trimestre, a dívida era de US$ 89,9 bi).
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A executiva salientou que a distribuição dos recursos neste formato é um dos melhores usos para o caixa da estatal no futuro.
Segundo Almeida, a estatal pretende diminuir a diferença entre seus valores de mercado e patrimonial ao longo dos próximos dois anos. Para isso, a petrolífera prevê a redução de 15% de seus gastos corporativos de 10% dos custos até 2021.
O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, afirmou que a empresa está trabalhando em um processo de transformação cultural. Segundo o executivo, o novo plano estratégico contará com cinco pilares, sendo eles:
- maximização do retorno sobre o capital empregado;
- redução do custo de capital;
- busca incessante por custos baixos;
- meritocracia e respeito às pessoas;
- meio ambiente e segurança.
O presidente da Petrobras disse que, ao longo dos próximos anos, a estatal petrolífera deverá direcionar seu foco para a exploração e produção em águas profundas e ultraprofundas na região Sudeste.