Com o colapso anunciado no último final de semana após a queda de mais de 30% no preço do barril de petróleo, os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) abriram em forte queda na Bolsa de Valores de São Paulo, nesta segunda-feira (9).
As ações preferenciais da Petrobras operavam em queda de 25,19%, sendo negociadas a R$ 17,01, por volta das 10h23 desta manhã. Na Bolsa de Nova York, os ativos da estatal petroleira caíram 16%. Além disso, outras empresas do setor petroleiro, como a Petrorio e a BR Distribuidora também operam em forte queda. A Petrorio chegou a cair 36,51%, por volta das 10h17, sendo negociada a R$ 22,50. A BRDT3 caiu 13,24%, cotada a R$ 21,37, por volta das 10h31.
A bolsa chegou a suspender as negociações por meia hora (circuit breaker) depois da forte queda generalizada nos papéis das empresas na abertura do pregão. O preço do barril do petróleo passou de uma queda de mais de 30% para 22% nesta segunda, sendo negociados a US$ 35 por barril.
Os preços do petróleo já vinham em uma desaceleração contínua nos últimos meses, muito por conta da epidemia do coronavírus e consequentemente as importações mais fracas da China. A queda do petróleo, de 30%, desta segunda-feira (9), para o valor de aproximadamente US$ 30, foi a maior queda diária desde a Guerra do Golfo em 1991.
Petróleo e coronavírus puxam queda da bolsa
Por conta da falta de sucesso nas negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia sobre o volume de produção da commodity, os preços do barril Brent chegaram a cair 31% no mercado futuro asiático do último domingo (8). Essa é a maior queda diária desde a Guerra do Golfo, ocorrida entre 1990 e 1991.
Na última sexta-feira (6), as más notícias sobre as negociações entre os países da OPEP e a Rússia (grupo chamado de OPEP+), chegaram a derrubar o petróleo na maior queda diária em 11 anos.
Devido à disseminação do coronavírus (Covid-19), a demanda por petróleo tem caído ao longo de 2020. Em um cenário de queda no consumo da commodity, a Arábia Saudita, que detêm a maior e mais eficiente produção do mundo, tentam tirar participação de mercado de alguns países, como a Rússia.
Na última sexta-feira, era esperado que o cartel anunciasse um novo corte diário de 1,5 milhão de barris, como uma medida para conter o esfriamento econômico global. No entanto, a Rússia não aceitou.
Em resposta ao governo russo, a OPEP retirou todos os seus limites de bombeamento. Até a última sexta-feira, os contratos de petróleo acumulavam queda de mais de 30% neste ano. Todas essas notícias acabam afetando as petroleiras pelo mundo. No Brasil, até o momento, a Petrobras foi a mais afetada do setor no mercado.