Petrobras: Bolsonaro suspendeu alta do diesel por ‘bom senso’, diz Mourão
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta sexta (12) que a suspensão da alta do diesel pelo presidente Jair Bolsonaro foi um ato de ‘bom senso’. A fala ocorreu em uma entrevista concedida à rádio CBN.
Na noite da última quinta (11) o presidente Jair Bolsonaro cancelou o reajuste de 5,7% nos preços do diesel nas refinarias da Petrobras. Mourão disse ainda que a decisão foi um ato isolado diante das pressões de caminhoneiros.
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“Toda decisão tem seus fatores positivos e negativos. Agora, eu não tenho domínio de todos os fatos que levaram o presidente a tomar essa decisão. Então, eu não sei quais são as pressões que ele estava sofrendo ou a visão que ele tinha do que poderia acontecer nesse exato momento, com esse aumento um pouco maior do diesel e que, obviamente, o levou a tomar essa decisão”, declarou o vice-presidente Mourão”.
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A medida de Bolsonaro fez com que as ações da Petrobras despencassem. Os papéis chegaram a cair 8%. De acordo com uma fonte consultada pelo jornal “O Globo”, Bolsonaro procurou o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para falar sobre o reajuste. No entanto, diante do cenário de queda de mais de 5% das ações, o Palácio do Planalto informou que a decisão foi tomada em conjunto.
“Eu julgo que ele optou pelo bom senso nesse presente momento e vai buscar aí uma outra linha de ação, mas também tenho absoluta certeza que ele não vai praticar a mesma política da ex-presidente Dilma Rousseff no tocante à intervenção em preços do combustível e da energia”, acrescentou o vice-presidente.
Em nota divulgada na noite de quinta-feira (11), a Petrobras informou que tomou a decisão com base na sua estratégia de reajuste de preços e que “revisitou sua posição de hedge (proteção) e avaliou ao longo do dia, com o fechamento do mercado, que há margem para espaçar mais alguns dias o reajuste no diesel”. Além disso, a estatal ressaltou que mantém a política de alinhamento com os preços do mercado internacional.
Roberto Campos Neto e o reajuste
O presidente do Banco Central, Roberto Campo Neto, disse que não acredita que o governo Jair Bolsonaro irá adotar práticas de controle de preços. A medida foi implementada pela ex-presidente Dilma Rousseff.
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Campos Neto não quis comentar a questão da suspensão dos preços por Bolsonaro. “Eu cheguei aqui na quarta-feira, não estou acompanhando as notícias. Não tem possibilidade de um dirigente do Banco Central falar de prática de preços da Petrobras”, afirmou.