O presidente da Petrobras (PETR4), Roberto Castello Branco, afirmou nesta segunda-feira (1) que a empresa tem estoques de petróleo abaixo do planejado no momento graças ao aumento nas exportações durante meses anteriores.
Segundo o presidente, que participou de um evento online da FGV Energia, a Petrobras foi pega de surpresa pois foram obrigados a armazenar uma maior quantidade do produto devido a greve dos petroleiros.
Além disso, era pensado que a crise causada pelo coronavírus (covid-19) só aumentaria o estoque. Porém, o aumento nas exportações de bunker (combustível marítimo) fez com que grande parte do que estava estocado fosse vendido rapidamente.
De acordo com o presidente, devido ao fortalecimento da Petrobras nas áreas de logística e marketing externo, foi possível que, no mês de abril, as exportações chegassem à níveis recordes, de um milhão de barris por dia. Para aumentar o estoque novamente, executivos da companhia acreditam que deverão reter a venda do produto no futuro.
Petrobras pede mudanças no ambiente regulatório
Durante o evento, Roberto Castello Branco explicou que o Brasil tem um grande potencial para o seu desenvolvimento na indústria de óleo e gás, porém muitos problemas ainda estão presentes no país. Os principais desafios seriam:
- Regime de partilha de exploração e produção;
- Regras “muito rígidas” estabelecidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP);
- Tributação excessiva no setor;
O evento online foi marcado pela defesa de uma economia mais livre e menos tributada. Executivos da Petrobras deixaram claro que se basear unicamente nas qualidades naturais da nação não seriam o bastante para trazer investimentos para o Brasil e fazer dele um país mais atrativo.
Consequentemente, a Petrobras entende que modificações na forma como se tributa e como se regula a competição no mercado de óleo e gás são de extrema necessidade. Tornar o ambiente institucional mais amigável aos investidores deve ser o objetivo principal.
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Entre outros pontos, Castello Branco destacou que a Petrobras e o mercado sofrem com o regime de partilha que, segundo ele, incentiva empresas à inflacionarem seus custos com o objetivo de diminuir a tributação. O resultado de tal medida é a ineficiência no mercado nacional e nas empresas.