Apesar do candidato Jair Bolsonaro (PSL) manter a liderança nas pesquisas nos cenários sem Lula (PT), sua rejeição atinge o maior nível já registrado nestes últimos dias antes do início da propaganda eleitoral obrigatória. A informação vem de uma pesquisa do Ipespe realizada entre 27 e 29 de agosto, por encomenda da XP Investimentos. A pesquisa ouviu 1000 indivíduos e possui margem de erro de 3,2%.
Bolsonaro mantém apoio de entre 21% e 23% dos entrevistados, dependendo do cenário. Quando Lula é desconsiderado, por estar preso e condenado em segunda instância e portanto inelegível segundo a Lei da Ficha Limpa, o candidato do PSL tem seu melhor resultado, aparecendo até 10 pontos percentuais a frente de Marina Silva (Rede), que detém 13% das intenções de voto. Existe um empate técnico entre Marina, Ciro Gomes (PDT, 10%), e Geraldo Alckmin (PSDB, 9%).
Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e atual candidato a vice-presidente de Lula, tem 6% das intenções de voto. No entanto, as intenções de voto para Haddad sobem para 13% quando ele é apresentado como o candidato “apoiado por Lula”, ficando em segundo lugar.
Isso representa uma transferência de votos entre Lula e Haddad de apenas 32%, reflexo da insistência do Partido dos Trabalhadores em colocar Lula como candidato. A expectativa é que os esforços para transferir votos a Haddad se intensifiquem mais à medida que se aproxime a data de ir às urnas.
Embora lidere nos cenários sem Lula, Bolsonaro tem o maior crescimento na sua taxa de rejeição, também a mais alta entre os candidatos, algo que poderia dificultar sua vida no segundo turno. A rejeição de Bolsonaro é de 61%, e 29% dos entrevistados consideram que ele seria a pior opção entre todos os candidatos para a presidência do Brasil. 23% consideram Fernando Haddad como o pior e 9% Marina Silva.
Sete situações possíveis para um segundo turno foram testadas. Entre Lula e Bolsonaro, o candidato do PT tem vantagem clara, com 45% das intenções de voto contra 34% do candidato do PSL. A diferença é grande em relação a cinco semanas atrás, quando Lula estava apenas 6 pontos percentuais na frente. Na primeira pesquisa da série histórica, Bolsonaro estava 2p.p. a frente.
No caso de enfrentamento entre Bolsonaro e Alckmin, Marina Silva ou Ciro Gomes, a situação é de empate técnico, com intenções de voto sempre muito próximas. Contra Fernando Haddad a situação também é de empate técnico, mas revela ganhos significativos do ex-prefeito, que subiu de uma desvantagem de 11 pontos percentuais para apenas 3, atualmente.