Pernambucanas estuda realizar IPO na B3, diz jornal
A rede varejista Pernambucanas estuda realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). As informações são do jornal “Valor Econômico”.
Segundo o jornal, a abertura de capital da Pernambucanas voltou a ser viável após a reestruturação do negócio nos últimos anos, seguida do fim de uma disputa acionária entre os controladores.
A briga entre os principais acionistas da companhia durou décadas na Justiça, e se referia ao pagamento de dividendos aos sobrinhos da maior investidora e mais próxima da adminsitração da companhia, Anita Harley. Ela levantava o questionamento sobre o direito de parte da família aos recursos.
Ao passo que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deliberou sobre o caso, em 2018, a administração reformulou seu modelo operacional para transformar a Pernambucanas em uma empresa mais rentável e moderna.
Desde então, a companhia deixou de vender eletrodomésticos, voltou seu foco a confecções, agregou serviços financeiros e vendas digitais, além de acelerar a abertura de lojas em todo o País. Segundo disse um executivo ao “Valor”, “com a resolução da questão da governança e do turnaround, é uma história interessante para os investidores”.
Antes da chegada da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a companhia visava a abertura de 30 a 40 lojas por ano em seu guidance. As medidas de contenção da crise fizeram com que os negócios da varejista fossem impactados, sobretudo no setor de moda, cama, mesa e banho. O e-commerce da empresa ainda estava em processo de formulação quando dos primeiros efeitos da pandemia.
O jornal salientou que a empresa cogitou retomar a intenção para o IPO mais à frente, quando as incertezas quando à crise forem menores. No entanto, os bancos participantes da operação — Goldman Sachs e BTG Pactual (BPAC11) — aconselharam o aproveitamento da janela atual, onde a bolsa brasileira já retomou boa parte do perdido desde março.
A gradual retomada da demanda por parte dos consumidores em alguns dos negócios da varejista teriam melhorado as estimativas para curto e médio prazo das operações. No ano passado, a Pernambucanas registrou R$ 5,3 bilhões em vendas brutas, avanço de aproximadamente 8% sobre o apresentado um ano antes.