Pedro Guimarães ameaçou bancos privados da Febraban em caso de manifesto, diz coluna
Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, ameaçou bancos privados integrantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) caso assinassem o manifesto que pede harmonia entre os Poderes. As informações foram divulgadas pela coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Segundo a coluna, Pedro Guimarães entrou em contato com presidentes de ao menos duas instituições que compõem a Febraban dizendo que os bancos poderiam ser excluídos de negócios do governo, sobretudo envolvendo operações de estatais na Bolsa de Valores, caso assinassem o documento.
Vale lembrar que a Caixa Econômica visa privatizar sua área de gestão de cartões. Além disso, prepara a oferta pública inicial de ações da bandeira Elo, em sociedade com Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3).
Guimarães também teria dito a um banqueiro, de acordo com a colunista, que ele poderia acabar sendo excluído de transações com a Petrobras (PETR4) se desse continuidade à assinatura no documento.
Grandes bancos estão de olho no intermédio das vendas em bloco de lotes de ações sob a posse do BNDESPar, como da própria estatal petrolífera.
O texto está pronto desde a última sexta-feira (27), e sua versão final foi assinada por bancos como Itaú (ITUB4), Bradesco, BTG Pactual (BPAC11), Santander (SANB11) e Credit Suisse (C1SU34).
Caixa e BB se opuseram e solicitaram para sair da Febraban.
Documento assinado pela Febraban foi adiado unilateralmente
O texto, que seria divulgado na última terça-feira (31), foi adiado pelo presidente da federação, Paulo Skaf, a pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Segundo O Globo, a decisão foi tomada de forma unilateral. As instituições e demais signatários não foram consultados.
“As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas”, diz um trecho do texto, obtido pelo jornal.
Segundo os signatários, mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário “aproximação e cooperação”.
“Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da Nação brasileira”, diz o documento assinado pela Febraban.