O Ministério da Saúde estaria planejando iniciar sua campanha de vacinação contra covid-19 na próxima terça-feira (19) em um evento no Palácio do Planalto.
Segundo fontes escutadas pelo Estadão, a “Brasil imunizado, somos uma só nação” estrearia com a aplicação de doses em um idoso e em um profissional da saúde.
Apesar de nada estar certo, nem mesmo o slogan do projeto, o assunto “vacinação” estaria sendo discutido por autoridades do Ministério da Saúde com aval do ministro Eduardo Pazuello.
Antecipação da campanha de vacinação é motivada por rixa política
A antecipação da imunização por parte das autoridades ligadas ao Governo Federal visa evitar que o governador de São Paulo, João Dória, seja o protagonista da primeira aplicação de uma vacina no Brasil. O início da campanha de vacinação se tornou uma rixa entre o Governo Federal e o governo do estado de São Paulo.
Eduardo Pazuello vem afirmando que, na melhor das hipóteses, o processo de imunização começaria no dia 20 de janeiro. Para isso ocorrer, entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, tem de aprovar no próximo domingo o uso emergencial dos dois fármacos.
Ontem, o órgão regulador afirmou cumprirá o prazo e que divulgará no fim da semana sua decisão sobre o uso emergencial das vacinas de Oxford e da Sinovac.
O Ministério da Saúde espera ter ao menos 8 milhões de doses até o fim de janeiro para vacinação, sendo dois milhões de doses de Oxford e seis milhões da Sinovac. Pazuello promete que o Brasil terá 354 milhões de doses ainda em 2021.
A vacina da Universidade de Oxford, produzida e armazenada pela Fiocruz, é a principal aposta do Governo Federal para sua campanha de vacinação. A da Sinovac, nomeada de Coronavac, é manipulada pelo Instituto Butantan, ligado ao governo do estado de São Paulo.
Coronavac apresentou eficácia geral de 50,38%
Em meio à disputa pelo lançamento da campanha de vacinação, a Coronavac apresentou ontem uma eficácia de 50,38%.
A vacina de Oxford, até então, não teve seus dados consolidados divulgados. Em dezembro, um estudo divulgado na The Lancet afirmou que a eficácia média do antígeno era de cerca de 70,4%, podendo chegar até 90%.
As duas devem ser utilizadas na campanha de vacinação.