Payroll mostra criação de 260 mil vagas e puxa altas em Wall Street

A economia dos Estados Unidos gerou 261 mil empregos em outubro, em termos líquidos, segundo dados do Payroll publicados nesta sext (4) pelo Departamento do Trabalho. O resultado superou a previsão de 200 mil vagas do consenso Refinitiv.

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Além do Payroll, a taxa de desemprego avançou de 3,5% em setembro a 3,7% em outubro, quando analistas previam alta menor, a 3,6%.

Ainda em outubro, o salário médio por hora teve alta de 0,37% ante o mês anterior, a US$ 32,58, e na comparação anual o avanço foi de 4,73%. As previsões, neste caso, eram de altas de 0,3% e 4,7%, respectivamente.

O Departamento do Trabalho dos EUA ainda revisou dados de meses recentes. Em agosto, a geração de empregos foi revisada de 315 mil para 292 mil. Já em setembro ela mudou de 263 mil a 315 mil. Somadas, as vagas criadas nos dois meses anteriores foram 29 mil a mais do que o antes calculado, aponta o órgão.

Já a taxa de participação da força de trabalho recuou de 62,3% em setembro para 62,2% em outubro.

Segundo Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, a taxa do Payroll veio acima do esperado, assim como o ganho médio por hora, ‘ocasionando forte alta dos treasuries e do dólar lá fora’.

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“Por mais que Powell tenha afirmado que podem diminuir o ritmo do ciclo de alta de juros nos próximos meses, há um risco, na próxima reunião em dezembro, de o FED subir em 75 p.p e não 50 p.p como era esperado, já que os números vieram bem acima do esperado. De toda forma, é certo que o FED ainda está distante do fim do ciclo de alta que pode chegar a 5% na taxa terminal. Enquanto o mercado de trabalho continuar aquecido e tiver muito dinheiro circulando na economia, o FED não consegue parar de subir juros tão cedo”, comenta.

“Apesar desse cenário, no Brasil, nossa bolsa sobe e o dólar cai. Mesmo com dólar subindo no mundo, O Brasil está resistente aos reflexos do payroll devido à entrada forte de estrangeiros no país nessa semana após o resultado das eleições. Na segunda feira após eleições, foram 1,2 bilhão de reais na nossa bolsa, número grande que mostra o investidor estrangeiro animado levando nossa bolsa para baixo e o dólar para cima. Isso, por enquanto, tem feito mais peso do que o Payroll”, segue.

Carlos Vaz, CEO e fundador da CONTI Capital, gestora de investimentos nos EUA, acrescenta: ““A média das projeções do mercado já apontava para um volume menor de vagas, em relação a setembro. A expectativa sobre a taxa de desemprego era de aumento, e com isso, o mercado não deve reagir com surpresa. Desta forma, após a elevação dos juros em 75bps, anunciada pelo Fed na última quarta-feira, penso que os dados do payroll de outubro juntam-se aos outros indicadores econômicos para que o banco central dos EUA possa avaliar se já é possível desacelerar o aperto monetário promovido até então, sendo um importante direcionador para a reunião do FOMC em dezembro.”

Vaz conclui: “Diante de uma economia resiliente, desafiando à inflação, acho que podemos esperar por um aumento menos agressivo, de 50bps, neste fim de ano, a depender de uma série de fatores, mas que no curto prazo, o ciclo de manutenção dos juros deve se manter, e deve seguir entre 25 e 50 bps durante todo o ano de 2023, quando imagino que os EUA tenham conseguido evitar uma recessão”,

Bolsas sobem com Payroll

Com os dados do Payroll, os EUA mostram alta generalizada nas bolsas, com avanço de 1,5% no Dow Jones e no S&P, além da alta de 1,2% na Nasdaq.

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Eduardo Vargas

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