Nesta sexta-feira (6) o mercado teve contato com um dos dados mais relevantes no contexto atual, o Payroll, relatório de empregos divulgado pelo Bureau of Labor Statistics.
O Payroll mostrou a criação de 142 mil empregos no acumulado de agosto, abaixo dos 165 mil esperados pelo consenso de mercado.
Com isso, o debate acerca de um corte de juros mais agressivo pelo Federal Reserve (Fed) na próxima reunião se torna mais efervescente, à medida que a economia americana mostra sinais de desaceleração em um contexto de juros historicamente altos.
O dado de hoje, assim, endossa uma tese de corte de juros de 0,50% pelo Fed.
José Alfaix, Economista Da Rio Bravom comenta que o resultado foi recebido como um “aviso” para o Federal Reserve, que deve se atentar mais à celeridade do enfraquecimento do mercado de trabalho.
“O número não foi de todo ruim, afinal, apesar da disparidade, vemos o mercado de trabalho ainda apresentar crescimento. O desemprego veio alinhado com as expectativas, e traz mais conforto ao sair de 4,3% de volta para 4,2%, motivado por entrada de novos participantes, e a redução no número de suspensões temporárias de contrato”, diz.
O especialista, contudo, aponta que a intensidade do corte do Fed ainda está em debate, mas que é praticamente certo que seja iniciado um ciclo de flexibilização da política monetária.
Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, explica que o número segue “validando um mercado de trabalho em desaceleração”.
“Com isso, é provável que o FED adote uma postura mais incisiva em relação aos cortes de juros. Embora a inflação ainda esteja acima da meta, a fraqueza do mercado de trabalho acaba sendo um sinal de que uma flexibilização monetária mais intensa é necessária”, analisa.
“A mudança nas apostas de acordo com o CME, acabam sendo uma consequência dessa divulgação de PAYROLL que fez com que agora o mercado passe a acreditar que a maior probabilidade passa a ser o corte de 0,50% na taxa”, completa.
Mais impactos do Payroll
Com o dado divulgado na manhã, o impacto foi imediato, com a ferramenta de monitoramento do CME Group apontado um empate entre as probabilidades de o Fed iniciar o ciclo de relaxamento com um corte de 25 pontos-base (50%, de 57% antes do payroll) ou de 50 pontos-base (50%, de 43% antes do payroll).
Além disso, as expectativas para o total de cortes até o fim de 2024 também aumentou. Agora 41% do mercado espera cortes que somem 125 pontos base, ou 1,25%.
Antes do Payroll essa expectativa era de 35%.
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