O PayPal informou nesse sábado (3) que a criptomoeda “libra” será lançada no início de 2020. A nova moeda digital é também conhecida como a “criptomoeda do Facebook”. Isso porque a rede social está liderando um consórcio de empresas para desenvolver o novo meio de pagamento.
Segundo o presidente do site de transações norte-americano, Dan Schulman, o desenvolvimento da libra estaria ainda em um estágio preliminar de discussão. O executivo do PayPal salientou que a criptomoeda poderia sera tornar uma opção estável e inclusiva para o sistema financeiro. Por isso, deverá ser lançada respeitando todas as regulamentações
Schulman explicou que a libra será uma moeda digital, baseada em tecnologias criadas pelo Facebook. Após seu lançamento, no início do próximo ano, ela será gerida através de uma fundação sem fins lucrativos baseada na Suíça, da qual o PayPal é membro.
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“Nossa obrigação com os reguladores ao redor do mundo é de estar totalmente adequado com todas as regulações. Gastei centenas de milhões de dólares desde que cheguei ao PayPal com compliance e gerenciamento de risco”, explicou Schulman em teleconferência durante um evento do PayPal em Nova York.
Libra como instrumento de inclusão financeira
Segundo o executivo, o blockchain tem um potencial de viabilizar diferentes formas de moedas. Essas novas criptomoedas poderiam, em alguns casos, se tornar mais estáveis e incluir as pessoas que atualmente são excluídas do sistema financeiro.
Schulman calculou que atualmente há cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo inteiro vivendo fora do sistema financeiro tradicional. Além disso, há também um enorme número de pessoas que recebem serviços financeiros de baixa qualidade por parte de instituições financeiras tradicionais. Que também cobram taxas muito elevadas.
Somente nos Estados Unidos, disse o executivo, haveria mais de 70 milhões de pessoas que, além de receber um atendimento ruim, gastam 10% de sua renda em operações simples. Entre elas, sacar dinheiro, transferir recursos ou pagar contas. No total, somente em 2019, os cidadãos dos EUA teriam gasto US$ 140 bilhões em taxas e juros.
Somente no caso das remessas internacionais, o custo cobrando pelas instituições financeiras tradicionais é de 8%-9%. No caso de canais digitais, esse custo cai para 3%-4%. Todavia, é ainda algo que Schulman considera desnecessário.
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“Acredito que a tecnologia pode reduzir custos dramaticamente. Se cortamos de 10% a 20%, podemos retornar bilhões de dólares para quem precisa”, disse o executivo.
Relação longa com o Facebook
Explicando a participação do PayPal no projeto, o Schulman salientou como o relacionamento com o Facebook seja de longa data. O PayPal fornece serviços de pagamento para a rede social fundada por Marck Zuckerberg.
“Quando eles nos abordaram sobre a libra, estava claro para mim que a ideia de potencialmente usar blockchain abre uma avenida para reforçar nossa missão de servir os não bancarizados”, salientou Schulman.
O objetivo do PayPal no projeto da libra é permitir que seus clientes tenham mais opção de escolha na hora de pagar. O site tinha tentado incluir criptomoedas na carteira digital no passado, utilizando o bitcoin. Entretanto, essa proposta não obteve sucesso por falta de demanda.
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