Os donos da PayDiamond foram condenados à prisão pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) por crimes contra a economia popular. Segundo a sentença publicada em novembro no Diário da Justiça, a empresa aplicou um esquema de pirâmide financeira e teria usado bitcoins para esconder os lucros conquistados.
Ao protocolar a denúncia, em 2019, o Ministério Público afirmou que a empresa era uma “verdadeira organização criminosa, para prática de fraudes e pirâmide, causando danos a número expressivo e indeterminado de pessoas”.
Ainda segundo o MP, a PayDiamond havia se apresentado no mercado brasileiro como uma companhia que vendia equipamentos e suprimentos de informática.
Porém, após iniciar suas operações, o Departamento Nacional de Produção Mineral recebeu uma denúncia contra a empresa dizendo que ela fazia oferta de contratos de investimentos no comércio de diamantes.
Líderes da PayDiamond condenados
Na sentença do TJ-SP, os líderes da PayDiamond foram condenados à prisão e ao pagamento de multas. No entanto, tendo em vista que os réus responderão ao processo em liberdade “até o trânsito em julgado da decisão condenatória”, diz o documento.
A exceção é Carlos Cesar Luiz, cuja prisão preventiva foi decretada, sem revogação posterior. Confira quem foram os líderes condenados e as penas aplicadas:
- Carlos Cesar Luiz: condenado a 6 anos de reclusão (regime fechado), mais 2 anos e 9 meses de detenção (regime semiaberto) e pagamento de 29 dias-multas no valor de 5 salários mínimos;
- Katia Regina Zizirskas: condenada a 2 anos e 6 meses de detenção (regime semiaberto) e pagamento de 26 dias-multas no valor de 5 salários mínimos;
- Adriano Machado Mendes: condenado a 5 anos de reclusão, mais 1 anos e 6 meses de detenção no regime semiaberto e pagamento de 16 dias-multas no valor de 5 salários mínimos;
- Rodrigo de Souza Kagachi: condenado 5 anos de reclusão, junto a 1 anos e 6 meses de detenção no regime semiaberto e pagamento de 16 dias-multas no valor de 5 salários mínimos;
- Dilhermo Pereira Gonçalves: condenado a 5 anos de reclusão, além de 1 anos e 6 meses de detenção no regime semiaberto e pagamento de 16 dias-multas no valor de 5 salários mínimos.
Esquema de pirâmide financeira
Em seus slides de apresentação, a empresa dizia que era “a soma da visão empreendedora com a experiência em Marketing Multinível”. Além do valor em dinheiro, a empresa também oferecia prêmios, como notebooks, motos, carros de luxo e até uma casa no valor de R$ 500 mil para quem fizesse parte do plano ‘Black Diamond’.
Desde o início do processo, o site da PayDiamond está fora do ar. Até hoje a empresa possui diversas reclamações não respondidas no portal ReclameAqui. Em uma delas, um cliente afirma que investiu US$ 7,6 mil nos serviços ofertados e, quando foi sacar, o site já não estava mais operando.