Paulo Valle será o novo secretário do Tesouro Nacional
O ministério da Economia divulgou em nota agora há pouco quem irá substituir Jeferson Bittencourt, que ocupava o cargo de secretário do Tesouro Nacional. Bittencourt deixou a pasta nesta quinta (21) com Bruno Funchal e outros dois integrantes da equipe econômica. Paulo Valle, servidor de carreira da pasta, será o novo secretário do Tesouro.
Valle comandou por muito anos a área da dívida pública. Ele foi escolhido pelo novo secretário de Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago.
Paulo Valle entra após debandada de funcionários
Na noite de quinta-feira, o Ministério da Economia comunicou os pedidos de exoneração dos secretários Bruno Funchal e Jeferson Bittencourt, por motivos pessoais.
A secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, também pediram exoneração.
Bruno Funchal e Jeferson Bittencourt haviam se manifestado contrários a medidas que flexibilizem o teto federal de gastos.
O ministro da Economia Paulo Guedes deu entrevista desmentindo a saída do governo. Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, ele afirmou que “detesta furar o teto de gastos“. A declaração foi dada apesar de o governo ter decidido alterar a regra considerada âncora fiscal do País para viabilizar o pagamento de R$ 400 no Auxílio Brasil até dezembro de 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro pretende buscar a reeleição.
“Não é confortável flexibilizar teto, mas estamos falando de milhões de brasileiros”, declarou o ministro, justificando o peso da crise econômica sobre a população para tomar a medida. Ele reconheceu que o teto era um “símbolo”, mas disse que o País está “muito longe de ameaçar qualquer sustentabilidade fiscal”.
“Não é licença para gastar, não vai acontecer nada disso”, acrescentou Guedes, apesar de, na quarta-feira, ter citado justamente a expressão “licença para gastar” como forma de ajudar os mais necessitados neste momento de crise. “Se falarem que começou a gastança, não é esse meu acordo com o presidente”, garantiu, em meio à desconfiança no mercado sobre a trajetória da questão fiscal brasileira após o acordo para mudar o teto.
A confirmação de Paulo Valle e Conalgo no ministério acontece no mesmo dia em que Guedes confirmou que continua no governo. “Nunca pedi demissão e isso nem foi cogitado”, disse o ministro.
(Com Estadão Conteúdo)