Paulo Guedes: Empresas que vocês nem suspeitam serão privatizadas
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na quarta-feira (17) que a lista de privatizações de estatais feita pelo governo inclui empresas que ninguém espera serem vendidas. “Tem empresas que vão ser privatizadas que vocês nem suspeitam ainda”, disse o ministro em entrevista à “Globo News”.
Paulo Guedes ainda insinuou que o presidente Jair Bolsonaro fez questionamentos sobre uma eventual privatização da Petrobras. O ministro foi questionado pelo jornalista se a crise sobre o preço do diesel não coloca a privatização da estatal como uma possibilidade. Diante disso, Guedes afirmou: “Olha, você acabou de dizer um negócio que o presidente levantou a sobrancelha”.
‘Ué, se o preço do petróleo sobe no mundo inteiro e não tem nenhum caminhoneiro parando no Trump, não tem nenhum caminhoneiro parando lá na Merkel, não tem nenhum caminhoneiro na porta do Macron, será que tem um problema aqui?”, disse Guedes em outro momento da conversa.
Saiba Mais: Petrobras anuncia aumento de R$ 0,10 no preço do diesel
O economista afirmou também que o presidente tem sido aberto sobre o debate das privatizações. “Acho que isso seria um salto muito grande. Mas tem uma estatal, particularmente, que outro dia nós estávamos conversando e ele falou: ‘Olha, PG [Paulo Guedes], você está certo. Vamos adiante’.”
Mesmo com as declarações, Guedes não quis divulgar quais estatais trariam surpresa ao serem privatizadas.
Preço do diesel
A Petrobras anunciou na quarta-feira (17) um aumento de R$ 0,10 por litro no preço do óleo diesel. Com essa alta, o litro do combustível passa a custar R$ 2,2470 nas distribuidoras do Brasil.
A alta uma variação média de 4,84% nos preços do diesel. As distribuidoras da estatal passariam de uma alta mínima de 4,5% a uma alta máxima de 5,1%.
Saiba Mais: Petrobras: conselheiro renuncia por razões pessoais
O aumento anunciado nesta quarta foi R$ 0,0192 menor daquele determinado na semana passada. Naquela ocasião, a Petrobras recuou após uma intervenção do presidente da República, Jair Bolsonaro.
O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, anunciou que os ajustes ao preço dos combustíveis serão flexibilizados “para quando achar importante ter”.
Saiba Mais: Petrobras: governo estima arrecadar R$106 bilhões com cessão onerosa
Atualmente essas mudanças nos preços são feitas com intervalo mínimo de 15 dias. O presidente da Petrobras afirmou que a empresa continua sendo livre para determinar os preços dos combustíveis.”A palavra final é minha”, afirmou Castello Branco.
O executivo explicou que a empresa não sofreu perdas com o adiamento do ajuste do preço do diesel após a intervenção do governo. Segundo Castello Branco, o presidente não ordenou o cancelamento do reajuste na última semana. Bolsonaro teria apenas se limitado a alertar sobre os riscos de uma nova possível greve dos caminhoneiros, que podeira ter começado por causa desses aumentos.
“O presidente percebeu um movimento e me telefonou para falar sobre a preocupação dele. Então nós resolvemos sustar o aumento temporariamente”, afirmou Castello Branco, “Bolsonaro não pediu nada, apenas alertou sobre os riscos que representava uma possível greve dos caminhoneiros. Achei legítimo o que ele falou e tomei a decisão de suspender para uma reavaliação”.
“Lembramos que há pouco tempo tivemos a greve dos caminhoneiros que teve um custo alto para Petrobras e para a economia. Faz parte da minha responsabilidade, olhar não apenas para o retorno, mas também para os riscos, por isso fui favorável a suspender o reajuste”, explicou o presidente da Petrobras.
“Quer saber mais sobre o IPO do Uber? Baixe aqui o relatório completo GRATUITO”