A pressão sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem sido elevada nas últimas semanas. A relação do Congresso com o ministro, que nunca foi boa, segundo a revista Veja, está cada vez mais fria com as demandas que os parlamentares têm.
A ideia dos congressistas é pressionar pela liberação de recursos orçamentários, sobretudo para a renovação do Bolsa Família, assunto sensível à popularidade do presidente Jair Bolsonaro. O presidente, entretanto, tem garantido Paulo Guedes no cargo, apostando na recuperação econômica a partir do ano que vem.
O mandatário crê que a economia crescerá cerca de 5% neste ano, de acordo com a projeção de Guedes. Na realidade, a aposta é de que o mau momento da economia brasileira e a incerteza do eleitorado estejam superadas daqui um ano, ao chegar nas eleições de 2022.
Agora, o trunfo é colocar Guedes na parede, questionando-o sobre suas offshores, segundo a Veja.
A decisão do plenário da Câmara dos Deputados em convocar o ministro para prestar esclarecimentos sobre os recursos mantidos fora do País e, eventualmente, desgastá-lo, foi aprovada por ampla maioria de votos, com apoio de partidos de ministros do governo.
Apesar do ataque de parte de Brasília, Bolsonaro parece descartar por ora a demissão do ministro. Guedes é visto como uma âncora importante do governo, pois simboliza o respeito ao teto de gastos e procura por reformas estruturantes.
A pressão sobre o governo como um todo, porém, está cada vez maior. Segundo o Datafolha, Bolsonaro enfrenta uma rejeição de 53%, cita a revista, além da conjuntura econômica enfrentar problemas, com 14 milhões de desempregados e a inflação galopante.
Mansueto é cotado para substituir Paulo Guedes, diz site
Ex-secretário do Tesouro Nacional e atualmente executivo do BTG Pactual (BPAC11), o economista Mansueto Almeida foi citado por integrantes do governo como um dos cotados para assumir o lugar de Paulo Guedes, segundo o site Poder 360.
Segundo a reportagem publicada no último domingo (10), Mansueto é visto por membros do governo como uma resposta para atenuar a ansiedade do mercado em relação às incertezas sobre a condução de reformas e as contas públicas.
Pesam também contra Guedes a pressão inflacionária, a alta do dólar, indefinição sobre as privatizações e a divulgação de contas do ministro em paraísos fiscais. O desgaste de Guedes seria irreversível, afirma a matéria.
Ministros teriam reclamado da atuação de Paulo Guedes no comando da pasta e citaram o episódio das offshores como oportunidade para efetivar a mudança no número um da equipe econômica. Por outro lado, Mansueto já é conhecido de Bolsonaro.