Os secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e o de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, encaminharam seus pedidos de demissão ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta terça-feira (11).
Com as saídas, o economista chegou a sua quarta baixa recente na equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro. Somente nas últimas semanas, Paulo Guedes recebeu pedidos de demissão do diretor de programas da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Caio Megale, e do presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Rubem Novaes.
Ao todo, contudo, somam seis os integrantes da equipe econômica que já deixaram a gestão. Além desses, constam os nomes de Mansueto Almeida, ex-secretário do Tesouro Nacional, e de Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal.
“O Salim Mattar pediu demissão hoje, e isso na verdade é um sinal de insatisfação dele com o ritmo de privatização, informou Guedes, em entrevista após reunião com o presidente Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “O que ele me diz é que é muito difícil privatizar. Que o establishment não deixa vir a privatização, que é tudo muito difícil, muito emperrado. Tem que ter um apoio mais definido, mais decisivo”.
“Ubel é a mesma coisa, então ele reclama que a reforma administrativa parou”, afirmou o ministro. “O secretário Paulo Uebel mostra que é um jovem que não está gostando”, acrescentou.
Paulo Guedes vê debandada na Economia
“Se me perguntarem se houve uma debandada hoje, houve”, declarou o economista. “O Salim hoje me disse que as privatizações não estão andando, prefiro sair. O Uebel me disse que a reforma administrativa não está sendo enviada, prefiro sair. Hoje houve uma debandada”.
De acordo com o ministro, apesar das demissões o governo irá avançar com as reformas. “Nossa reação à debandada que ocorreu hoje vai ser avançar com as reformas”, salientou Paulo Guedes.