O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (27) que não possui apego ao cargo político. Contudo, também disse que não será inconsequente ou irresponsável a ponto de sair “na primeira derrota”.
Por volta das 15h, o índice acionário Ibovespa, que operava com 93.442,35 pontos, iniciou uma trajetória de queda. O horário coincide com o início das falas de Guedes na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O fechamento do índice foi negativo em 3,57%, a 91.903,40 pontos.
“Não tenho apego ao cargo, desejo de ficar a qualquer custo, como também não tenho a inconsequência e irresponsabilidade de sair na primeira derrota. Não existe isso”, disse o ministro.
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Guedes fez a declaração ao responder a uma pergunta referente à possibilidade de os parlamentares não aprovarem um texto da reforma da Previdência que prevê economia de R$ 1 trilhão em dez anos.
“Se o presidente [Jair Bolsonaro] apoiar as coisas que eu acho que podem resolver para o Brasil, eu estarei aqui. Agora, se ou o presidente ou a Câmara ou ninguém quer aquilo, eu vou obstaculizar o trabalho dos senhores? De forma alguma. Eu voltarei para onde sempre estive. Eu tenho uma vida fora daqui”, afirmou Paulo Guedes.
O ministro complementou: “suponha que os poderes aprovam que a União deve R$ 800 bilhões, que não tenha reforma previdenciária, não tem nada disso, eu vou ficar fazendo o que aqui? Só se for para apagar incêndio, vou entrar para o Corpo de Bombeiros de Brasília, para ajudar vocês”.
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Mais falas de Guedes
Após cancelar sua ida a encontro na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara na última terça-feira (26), o ministro da Economia, Paulo Guedes, esteve nesta hoje na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para defender a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência.
O ministro falou por mais de trinta minutos sobre a importância da reforma da Previdência e da descentralização dos recursos, hoje concentrados na União. Guedes disse que a classe política está “convidada a assumir o protagonismo” na aprovação do projeto. “A bola está com o Congresso”.
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Guedes afirmou que o ideal seria a aprovação de uma reforma que economizasse R$ 1 trilhão das contas públicas em dez anos, tal qual o projeto original estima poupar. Mas, se aprovado um projeto menos rígido, a conta recairia no futuro sobre o País novamente.
“Se não fizermos, não tem problema. Se não fizermos, vamos condenar nossos filhos e netos, por nosso egoísmo, nossa incapacidade de fazer um sacrifício”, declarou.
Após ficar sem a presença de Guedes na reunião da terça, a CCJ convidou novamente o ministro a falar sobre a reforma da Previdência na próxima semana. A Comissão é a primeira etapa da aprovação do projeto, onde a constitucionalidade do texto será analisada pelos deputados para, então, seguir a uma comissão especial. Depois disso, segue para o plenário da Câmara.