Paulo Guedes descarta não incluir militares na reforma da Previdência

As alas econômica e militar do governo de Jair Bolsonaro encontram uma de suas divergências na reforma da Previdência. No Fórum Econômico Mundial, a diferença ficou novamente evidente, desta vez representada por Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Paulo Guedes, ministro da Economia.

Em Davos, enquanto Augusto Heleno disse que alterações na aposentadoria das Forças Armadas deveriam ficar para depois, Paulo Guedes foi por caminho contrário. “Se não for simultâneo, fica estranho”, afirmou o economista sobre o “parcelamento” da reforma da Previdência, na última quarta (23).

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Guedes traduz o pensamento de sua equipe econômica. Ela quer que a reforma seja feita de uma só vez. O ministro foi aconselhado a não deixar os militares de fora da reforma, com receio de que o projeto não passe no Congresso. O ex-presidente Michel Temer experimentou fortes críticas por tê-los retirados da proposta.

“Os militares são patriotas. Gostam dessa ideia de liderar pelo exemplo”, disse Guedes.

Heleno afirmou que a ideia de incluir os militares na reforma é antiga, mas que isso ocorreria em uma segunda etapa. “Estamos de acordo com isso. Já está acertado há muito tempo”, declarou. Ele também disse que o adiamento das alterações das normas de aposentadorias para as Forças Armadas se daria porque os oficiais fazem parte de um regime previdenciário distinto dos demais.

No dia anterior, em almoço para investidores internacionais, o presidente Jair Bolsonaro foi na mesma linha de Guedes. Sutilmente, disse que os militares também passarão por mudanças nas regras. “Ele [Bolsonaro] quis dizer que em algumas áreas, que todos sabem quais são, é preciso ter cuidado. Com isso, ficou muito claro que essas áreas serão incluídas na reforma”, disse uma fonte presente no encontro ao jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente, entretanto, afirmou mais tarde à agência Bloomberg o contrário. Bolsonaro declarou que a reforma da Previdência para os militares ficariam para uma “segunda parte”.

Guilherme Caetano

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