O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou nesta quarta-feira (5) que, no atual patamar de R$ 600,00, não há possibilidade de estender mais o auxílio emergencial.
“Naturalmente o Brasil não aguenta muito tempo. Sendo R$ 600 não conseguimos estender mais do que estamos fazendo agora”, destacou o economista, em audiência na comissão mista da reforma tributária. Nesse sentido, o governo federal, segundo Paulo Guedes, estaria estudando a prorrogação do benefício, porém distribuído em parcelas menores.
O ministro da Economia ainda defendeu a adoção de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e disse esperar que os setores conseguirão se adequar ao longo do tempo. “Não temeria esse receio de que o IVA trouxesse impacto inflacionário. Talvez um ou outro setor tenha que acomodar os preços, mas sei de outros que vão reduzir. Muitos preços vão até cair quando abordamos a reforma como um todo”.
Guedes também voltou a defender a desvinculação de recursos e afirmou, em uma provocação aos congressistas, que assim como eles estão interessados em temas econômico, deviam se dedicar a uma reforma política efetiva. “Devíamos estar falando também da reforma política, tinha que estar acelerando isso. Voto distrital, voto distrital misto, tudo isso tem que vir”.
Paulo Guedes rechaça criação de fundos bilionários
Além disso, o economista afirmou não concordar com os pedidos dos estados dos estados de R$ 480 bilhões em dez anos para formar fundos de desenvolvimento regional e compensação por perdas da Lei Kandir.
“O pacto federativo é um acordo entre gerações, as gerações passadas, presente e futuras. O que não vale é os estados chegarem a um acordo e criarem um fundo de R$ 100 bilhões, R$ 200 bilhões e acharem que vão empurrar a conta para gerações futuras. Seria uma irresponsabilidade fiscal. É muito fácil chegar a um acordo com os fundos e empurrar a conta”, pontuou o ministro.
Os representantes estaduais sugeriram os fundos como modo de obter uma parte da arrecadação da União. A discussão é um dos principais pontos de atrito entre os estados e a equipe econômica de Paulo Guedes para a criação do IVA, contemplando os tributos federais, estaduais e municipais.